RETROSPECTIVA: 2016, um controverso e marcante ano para política nacional

Relembre os principais fatos políticos deste ano.

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TEC: Sobe e Desce (música Killing In The Name, do Rage Against The Machine)

REPÓRTER: Impeachment de chefe de Estado. Conflitos entre poderes da República. Afastamentos de cargos do alto escalão. Escândalos e prisões por corrupção. A população descrente volta às ruas...

E, acima de tudo, muita, muita polêmica.

Logo no início do ano, em fevereiro, em uma tentativa de estabilizar a economia, a então presidente Dilma Rousseff defendeu a volta da CPMF e foi vaiada por deputados e senadores.

TEC/SONORA: Pronunciamento de Dilma Rousseff

REPÓRTER: Ainda em fevereiro, depois de ficar quase três meses preso, o senador Delcídio do Amaral, que já foi o líder do governo, foi solto. Foi ele que acusou Lula e Dilma de tentarem impedir as investigações da Lava Jato.

Em março, Luís Inácio Lula da Silva foi conduzido à Polícia Federal, para prestar depoimento sobre sua suposta participação no esquema de fraudes na Petrobras e o fato causou uma confusão imensa no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Manifestantes contra e a favor ao ex-presidente ficaram bem exaltados e a Polícia Militar teve que intervir. De lá para cá, Lula se tornou réu em cinco ações penais.

TEC: Sobe e Desce (efeito sonoro de martelo)

REPÓRTER: E quando ocorriam boatos sobre a prisão do Lula, Dilma o nomeou para ser Ministro da Casa Civil.

TEC: Pronunciamento de Dilma Rousseff na posse de Lula na Casa Civil

REPÓRTER: Mas, no mesmo dia, o juiz federal Sérgio Moro divulgou o conteúdo de uma conversa telefônica entre os dois, onde Dilma dizia que ela iria enviar um termo de posse para que ele usasse em caso de necessidade. O fato provocou reações diversas entre a oposição, os aliados e a sociedade em geral. Lula chegou a tomar posse, mas no dia seguinte, sua nomeação foi suspensa por conta de uma liminar emitida pelo ministro do STF, Gilmar Mendes.

No mês seguinte, em abril, após uma sessão que durou quase 10 horas, Dilma Rousseff foi afastada da Presidência da República. Este processo começou em 2 de dezembro de 2015, quando o então presidente da Câmara dos Deputados, o Eduardo Cunha, acatou a denúncia por crime de responsabilidade. O caso se encerrou em agosto de 2016, quando Ricardo Lewandowski fez a leitura final da aprovação do impeachment.

TEC: Leitura final do impeachment

REPÓRTER: Esta não foi a primeira vez que um presidente sofreu impeachment. Em 1992, Fernando Collor de Melo também foi impedido de exercer o seu cargo de presidente.

Bom, em maio foi a vez de Eduardo Cunha ser afastado do mandato e da presidência da Câmara, mas só em junho ele foi definitivamente cassado. Ele foi acusado de mentir para a CPI da Petrobras e negar ser o titular de contas no exterior. Este foi o processo mais longo da história do colegiado e agora, o peemedebista ficará inelegível até 2027.

Ainda no mês de junho, o ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves também deixou o cargo, afinal, foi citado no depoimento do ex-presidente da Transpetro e acusado de receber mais de um milhão e meio de reais de propina. Alves negou a acusação.

A partir daí vieram uma série de prisões.

Em setembro, Sérgio Moro decretou a prisão temporária de Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda. Mas, poucas horas depois, a decisão foi revogada.

Alguns dias depois, o ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, foi preso.

TEC: Trilha de suspense

E em outubro, foi a vez do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha perder a liberdade.

Vieram as eleições municipais de 2016...

E de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, o PMDB foi o que mais elegeu prefeitos. Na sequência, vem o PSDB e o PSD. Já o PT teve o pior resultado dos últimos anos.

Em novembro foi a vez de dois ex-governadores do Rio de Janeiro serem presos. Anthony Garotinho e Sérgio Cabral.

Outro fato importante foi a aprovação da PEC do Teto dos Gastos, que limita os gastos públicos por duas décadas à inflação. Mesmo sendo muito criticada pela sociedade e pela oposição, a medida foi aprovada pela Câmara e pelo Senado.

Depois disso, foi a vez do governo enviar ao Congresso a PEC que muda as regras do sistema previdenciário. A reforma estipula uma idade mínima para a aposentadoria: 65 anos e o tempo de contribuição mínimo será de 25 anos.

No dia do anúncio da PEC da Previdência, o ministro Marco Aurélio, do STF, concedeu liminar para afastar Renan Calheiros da presidência do Senado, afinal, ele havia sido se tornado réu em uma ação da Corte. Mas, Renan negou receber a notificação da justiça e disse que ia aguardar a decisão do plenário. No final das contas, o STF rejeitou o seu afastamento, o manteve no cargo, mas tirou o direito dele de ocupar a Presidência da República.

Medidas de combate à corrupção também foram aprovados pela Câmara, mas quando o texto foi enviado para o Senado, o ministro Luiz Fux entendeu que houve um erro e pediu para que o processo voltasse à Casa para uma nova votação. A Câmara e o Senado recorreram, mas a decisão em plenário ficará apenas para 2017.

Mandados de busca e apreensão foram feitos agora no final de dezembro em empresas que prestaram serviços para a campanha eleitoral da ex-presidente Dilma Rousseff e do atual presidente, Michel Temer. A investigação foi realizada a pedido do TSE e englobou vinte endereços, localizados em São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais. Michel Temer disse que a operação é natural e não o preocupa.

Certamente, os controversos fatos de 2016 abalaram a política nacional e vão continuar a refletir no jogo político.

Reportagem, Cintia Moreira
 

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