PORCIÚNCULA (RJ): Boa parte da população do município ainda não se vacinou contra febre amarela

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LOC.: Porciúncula faz parte do chamado cinturão de bloqueio organizado pela Secretaria Estadual de Saúde para evitar a entrada da febre amarela no Rio de Janeiro. A cidade recebeu do Ministério da Saúde 15 mil doses da vacina contra a doença, mas segundo a secretaria municipal de saúde, só cerca de oito mil e quinhentas doses foram aplicadas. Uma moradora do município, que não quis se identificar, decidiu não tomar a vacina. O marido dela se vacinou, mas ela diz que tem medo de uma reação.

TEC./SONORA: Moradora de Porciúncula.

“Eles já vem com a seringuinha. Você não vê nada. Não vê o vidro, a ampola, do jeito que vier. Não vê a data de fabricação, de validade. Eu tenho medo. Não sei, eu tenho medo.”

LOC.: O medo na moradora não tem fundamento. A vacina contra a febre amarela é produzida em território nacional pelo laboratório Bio-Manguinhos, pertencente à Fiocruz, uma instituição altamente capacitada na produção de vacinas. Segundo o médico epidemiologista e professor da Universidade de Brasília, Pedro Luiz Tauil, a vacina distribuída aos municípios brasileiros é segura, e o risco de reações após a sua aplicação está restrito a um grupo muito específico, como gestantes, mulheres que estão amamentando, crianças com menos de nove meses de idade e idosos acima de 60, além de pessoas alérgicas a ovo e gelatina. E mesmo nesses grupos, de acordo com o médico, os casos de reações são raros e a vacina pode ser dada, for recomendada por um  médico.

TEC./SONORA: Doutor Pedro Luiz Tauil, médico epidemiologista e professor da Universidade de Brasília.

“Mas esses eventos graves que acontecem com as vacinas são muito raros. Muito raros. Se forem respeitadas essas contraindicações , não há problema. Por exemplo, uma gestante pode tomar a vacina. Muitas gestantes tomam a vacina e não acontece nada. Mas é preciso que haja uma avaliação da relação risco/benefício para ver se vale a pena ela correr o risco e tomar a vacina. Além de gestantes, mães que estão amamentando seus filhos no leite materno, amamentando seus filhos até seis meses, também tem que ser avaliadas para verificar se o risco benefício compensa a vacinação dessas pessoas.”


LOC.: A coordenadora de imunização do município, Priscila de Souza, lembra que uma grande mobilização foi feita  para distribuir as quase sete mil doses restantes da vacina contra a febre amarela.


TEC./SONORA: Priscila de Souza, coordenadora de imunização do município

“A nossa estratégia foi de fazer um “Dia D”, no sábado, dia 28 de janeiro, e agora nós temos a vacina nas unidades de saúde, que são os PSF, e nós estamos indo na zona rural também, que é bem grande, para vacinar essa população. Nós queremos fazer mais um “Dia D” para finalizar, para a gente pegar o resto das pessoas que ainda não vacinaram.”

LOC.: A Febre Amarela é uma doença que pode causar febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. Na forma mais grave, a doença ataca o fígado e os rins e provoca a icterícia, que é quando a pele e os olhos ficam amarelados, além de hemorragia e cansaço intenso. Verifique o seu cartão de vacinação. Proteja-se e evite que o vírus entre na cidade. Para mais informações, acesse www.saude.gov.br. Ministério da Saúde, Governo Federal.
 

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