POLÍTICA: “Quem tem vida mais difícil merece se aposentar mais cedo”, defende deputado

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Não são poucas as dificuldades de quem sobrevive do campo. O dia começa cedo, a exposição direta ao sol ou à chuva é grande. Faltam opções de lazer e o acesso ao serviço de saúde público é, na maioria das vezes, a única opção. As limitações de vida dos trabalhadores rurais levantaram uma discussão na Câmara dos Deputados quanto ao tempo em que eles devem se aposentar.
 
Relatório apresentado na Comissão Especial que discute a Reforma da Previdência na Casa acabou por tornar mais flexíveis as regras de aposentadoria rural. Na última proposta apresentada, o tempo mínimo para o agricultor se aposentar era de 15 anos de contribuição. O texto que foi do Executivo para a Congresso sugeria 25 anos para homens e mulheres.
 
Defensor de uma reforma na Previdência para tirar do vermelho as contas da União, o deputado Alex Manente, do PPS de São Paulo, acredita que quem ganha menos, e está exposto a condições mais limitadas de vida, merece um olhar diferente na lei. Para ele, a reforma precisa ser direcionada, principalmente, a quem recebe acima do teto.
 
E essa aposentadoria, que representa 50% do que nós pagamos, é onde está o verdadeiro rombo. Primeiro porque as pessoas vivem mais quando ganham mais. Têm menos dificuldades, têm mais tempo de vida. Então elas contribuem por um período e vão receber o salário por mais período do que contribuíram. Diferente de quem ganha um salário ou ganha até o teto, que tem várias dificuldades e a expectativa de vida é menor do que quem tem o maior salário.
 
Pela proposta apresentada até agora na Comissão Especial da Reforma da Previdência da Câmara, a idade mínima de aposentadoria para as trabalhadoras rurais passa a ser de 57 anos. Para os homens, continuará 60 anos.
 
Já para os demais trabalhadores, propõe-se uma idade mínima progressiva de aposentadoria. Para mulheres, começa aos 53 anos e chega aos 62 anos. Para os homens, inicia-se aos 55 e chega aos 65 anos. 

 

Reportagem, Hédio Júnior

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