Data de publicação: 16 de Agosto de 2017, 02:00h, atualizado em 15 de Agosto de 2017, 15:25h
A PEC 134/2015 quer reservar um percentual mínimo de representação para as mulheres no Legislativo nas próximas três legislaturas
O Brasil ocupa a posição de número 154 no ranking da ONU que mede a participação das mulheres no parlamento, ficando atrás de países como Afeganistão e Iraque. Nas eleições de 2014, por exemplo, apenas 51 mulheres foram eleitas como deputadas federais num universo de 513 vagas. Isso representa 10% desse total. As mulheres já são maioria da população, com 52%. E 40% das casas são comandadas por elas. Então por que as mulheres ainda não ocupam as cadeiras nos parlamentos? O analista político Marcelo Moraes opina sobre o assunto.
“Acho que é uma junção de duas coisas: interesse, que começa a surgir cada vez mais não só na política, mas também no mundo profissional, e também é uma questão de oportunidade, é um mundo extremamente masculino o mundo da política. Isso cria até algumas animosidades para que as mulheres venham participar desse ambiente.”
A previsão é de que o Congresso vote ainda essa semana uma Proposta de Emenda à Constituição que vai tentar minimizar essa diferença. A PEC 134, de 2015, quer reservar um percentual mínimo de representação para as mulheres no Legislativo nas próximas três legislaturas. A proposta é destinar 10% das vagas já em 2018, 12% em 2022 e 16% em 2026. A líder da bancada feminina na Câmara dos Deputados, deputa Soraya Santos (PMDB – RJ), acredita que a PEC é uma necessidade para as mulheres.
“Ela é de suma importância para melhorar e minimizar a crise de representação nesse País. Nós temos hoje 51,7% da população de mulheres. Entre as crises de representatividade que nós estamos enfrentando, talvez a maior delas seja justamente a ausência de mulheres no parlamento.”
O analista político Marcelo Moraes lamenta que a entrada das mulheres na política seja feita pelo que ele chama de cotas, mas afirma que é uma medida importante a ser tomada.
“Projetos dessa natureza fazem com que a gente vá, aos poucos, aperfeiçoando o processo eleitoral e até mesmo trazendo oportunidades para determinadas categorias ou segmentos que não têm oportunidades em determinados campos.”
A previsão é de que a PEC seja colocada na pauta nesta quarta-feira (16). Caso contrário, deve ser votada na semana que vem.
De Brasília, Jalila Arabi.
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