PARÁ: Concurso premia internos do sistema penitenciário autores de obras artísticas

O interno Pedro Henrique Monteiro Araújo, do Hospital de Custódia do Sistema Penitenciário do Estado, foi o vencedor do concurso de pintura do projeto Libert’Art 2016, que tem como tema “Círio: A Festa do Povo”. 

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REPÓRTER: O interno Pedro Henrique Monteiro Araújo, do Hospital de Custódia do Sistema Penitenciário do Estado, foi o vencedor do concurso de pintura do projeto Libert’Art 2016, que tem como tema “Círio: A Festa do Povo”. Em sua tela, detentos seguram a corda, algemados, e após passarem pela imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré, são libertados pela fé. A obra “O Caminho Estreito” foi eleita entre 130 telas, produzidas por internos de todas as casas penais do Estado. Pedro recebeu o prêmio no valor 2.500 reais e comenta a homenagem.

 
SONORA: Interno, Pedro Henrique Monteiro Araújo.
“A gente tem um reconhecimento artístico que se eu estivesse lá fora eu não teria a oportunidade de ter, porque eu comecei, na verdade, com tinta, a pintar mesmo, no cárcere, nunca tive essa pretensão de ser pintor. Então, é um caminho que se abre, um caminho diferente que se abre para a liberdade”.
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REPÓRTER: O projeto Libert’Art é realizado pela Arquidiocese de Belém, por meio da Pastoral Carcerária. As obras selecionadas serão expostas no Museu do Círio e colocadas à venda. A curadora do Círio de Nazaré, Darcilene Costa, ressalta a relevância da ação.
 
SONORA: Curadora do Círio de Nazaré, Darcilene Costa.
“Nós ganhamos obras para a sociedade contemplar e ver que, realmente, a arte tem esse poder de libertar e libertar com muita emoção, com muita expressão artística, com muito talento, muita habilidade, que realmente um cárcere é saber que se consegue produzir tão belos trabalhos, com tanta sensibilidade, com tanta técnica”.
 
REPÓRTER: O juiz do Tribunal de Justiça do Pará, Claudio Rendeiro, foi um dos jurados do projeto Libert’Art e destaca a valorização dos internos do Sistema Penitenciário do Estado.
 
SONORA: Claudio Rendeiro, juiz.
“É uma forma de humanizar a pena, de mostrar que o encarcerado também ele tem um olhar artístico, também ele tem criatividade, e é impressionante a qualidade dessas obras, porque a sensibilidade, a beleza mesmo da pintura é muito grande”.
 
REPÓRTER: A segunda colocada do concurso de pintura foi Mara Cruz de Oliveira, do Centro de Recuperação Feminino, com a obra “Mãe de Amor”, e o terceiro lugar ficou com Jucivan Nery da Silva, do Centro de Recuperação Regional de Bragança, com a obra “Em Busca de Misericórdia: A ressocialização”. Ao todo, 40 telas estão expostas no Fórum Cível de Belém, até 28 de outubro.
 
Reportagem, Thamyres Nicolau
 

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