PARÁ: 336 mil meninas de 9 a 11 devem tomar a segunda dose da vacina contra o HPV

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TEC: Trilha (BG).
  
LOC: Entre março e agosto deste ano, apenas 33% do total de meninas que deveriam ter recebido a primeira dose da vacina contra o Papiloma Vírus Humano, o HPV, foram imunizadas no Pará. Segundo a secretaria de Saúde estadual, o volume representa apenas 1/3 do resultado alcançado em 2014, quando a cobertura vacinal da primeira dose alcançou 99% do público-alvo. Os números deste ano estão bem abaixo da meta imposta pela Secretaria de Estado de Saúde de atingir, no mínimo, 80% do total de mais de 336 mil jovens na faixa etária de 9 a 11 anos. Dados do Ministério da Saúde revelam que, na primeira etapa da vacinação, 95 cidades paraenses atingiram taxas médias de apenas 32% de garotas vacinadas. Esses municípios estão concentrados na região do Marajó e Sudeste paraense. Entre os municípios que registraram baixos índices, estão Portel, Breves, Gurupá, Santa Isabel do Pará, Castanhal, São Félix do Xingu, Xinguara e Conceição do Araguaia, além da região Metropolitana de Belém.  Agora, na mobilização para aplicação da segunda dose da vacina, a secretaria estadual de saúde e as administrações municipais têm elaborado estratégias de divulgação da vacina, apontando os benefícios da imunização para pais e mães e realizando a vacina nas escolas, como informa a coordenadora estadual de Imunização, Jaíra Ataíde. Apesar disso, de acordo com Jaíra, as distâncias de algumas comunidades rurais e ribeirinhas das sedes dos municípios dificultam o acesso à informação pelos moradores.
 
TEC: Jaíra Ataíde, coordenadora de Imunização do Pará.
 
“A grande extensão territorial do estado do Pará também contribui de uma forma para que você tenha maiores dificuldades de acesso para chegar nessas meninas. Nós temos vários municípios em que o maior percentual da população está na zona rural e as localidades entre si são distantes há horas ou dias de uma pra outra. Esse também é um fator que dificulta tremendamente.”
 
TEC: Trilha Sobe Desce (BG).
 
LOC: A vacina contra o HPV, oferecida de forma gratuita pela rede pública de saúde, assegura proteção para os quatro principais subtipos da doença, responsáveis 70% dos casos de câncer de colo do útero e de 90% dos casos de verrugas genitais. Conforme o Ministério da Saúde, o câncer de colo do útero é a terceira maior causa de morte por câncer entre as mulheres no País, atrás apenas do câncer de mama e de pulmão. Esse é o tipo de câncer mais frequente entre as mulheres que moram no Pará. De acordo com dados da secretária de saúde do estado, entre 2009 e 2013, somente na rede pública de saúde, a doença levou à morte mais de mil e duzentas mulheres. A administradora Ana Paula Henriques, moradora de Belém, descobriu em 2013, que estava com a doença. Ela conta que a notícia mudou toda sua vida e rotina, afetando emocionalmente não só ela, mas toda a sua família. O câncer poderia ter tirado um dos maiores sonhos de Ana Paula, que era ter um filho.
 
TEC: Ana Paula Henriques, personagem.
 
“Agradeci muito a Deus, porque tive muita vontade de ser mãe. Eu fui mãe aos 40 anos, tive um filho que hoje vai fazer cinco anos, o Pedro Paulo. E, eu consegui ser mãe aos 40 porque aos 43 eu fui pega de surpresa sabendo que eu tava com câncer, esse câncer pegou quase 100% do colo do meu útero. E ai, como é que eu ia fazer?”
 
LOC: Mesmo uma ação essencial para prevenir um possível câncer no futuro, diversos boatos, aliados à falta de informação, têm feito com que algumas famílias não levem suas filhas para a vacinação. Ana Paula faz um apelo para que os pais se conscientizem da importância da vacina, para que no futuro, as jovens estejam livres do risco de uma doença tão grave como o câncer de colo do útero.
 
TEC: Ana Paula Henriques, personagem.
 
“A minha recomendação pra essas meninas, nessa faixa etária de 9 a 13 anos, é que elas procurem um posto de saúde, se vacinem contra esse vírus HPV, que é o principal responsável pelo câncer do colo do útero, só são três doses, então é muito importante que essas mães tenham a consciência de levar seus filhos no posto de saúde, não dói, é rapidinho, É melhor uma ‘furadinha’ naquela hora do que você perder seu filho para um câncer.”
 
TEC: Trilha Sobe Desce (BG).
 
LOC: A vacina contra o HPV é disponibilizada gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde do SUS ou em escolas parceiras. Ela foi introduzida no calendário nacional de vacinação no ano passado para atender meninas de 11 a 13 anos de idade. Este ano, o Ministério da Saúde está priorizando a vacinação de crianças e adolescentes de 9 a 11 anos. As meninas e adolescentes com 12 e 13 anos, que ainda não tomaram a primeira ou a segunda dose, também devem procurar as unidades de saúde para atualizarem o cartão de vacinação. A criança ou a adolescente deverá tomar três doses para completar a proteção. Quem recebeu a primeira dose deve receber agora a segunda dose, administrada seis meses depois da primeira, e a terceira, cinco anos após a primeira dose. A meta do Ministério da saúde é de que até o final do ano, 80% das meninas com idade entre 9 e 11 estejam vacinadas. Se você é mãe, pai ou responsável por menina nesta idade, leve-a a uma Unidade de Saúde e leve junto o cartão de vacinação. A vacina é o único meio de garantir a proteção contra o HPV pelo resto da vida. Obtenha mais informações sobre a vacina contra o câncer do colo do útero e o HPV em uma unidade de saúde mais próxima de sua casa e no portal do Ministério da Saúde na Internet, www.saude.gov.br/hpv.

 


TEC: Encerra trilha (BG).

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