NATAL (RN): Os bairros Nossa Senhora da Apresentação e Igapó apresentam maior incidência de mosquito devido ao racionamento

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LOC: Maria José Fernandes é uma agente de combate a endemias de 48 anos. Logo ela, pegou Chikungunya, a doença com a qual tanto trabalha, na parte de estatísticas da Unidade de Saúde do Conjunto Panati, no Distrito Norte 2. Faz um ano desde que Maria José contraiu a doença. Até hoje se queixa de dor constante nas articulações. Às vezes não consegue calçar o sapato, de tão inchado que fica o seu pé, e também não tem forças para abrir sequer uma garrafa de café ou torcer roupa.

Ela foi ao cinema no aniversário do seu filho. E saiu de lá com calafrios. Ao chegar em casa, Maria José não aguentava de tanta dor no corpo. Depois veio febre alta. Ela ficou assustada com o diagnóstico devido às coisas que via na mídia sobre a doença. A agente de endemias já tinha contraído dengue em 2012, mas confessa que nunca sentiu algo parecido com a Chikungunya. Tinha dias que Maria José não conseguia levantar da cama para ir ao banheiro. O marido tinha que a ajudar.

Maria José mora no bairro Igapó. Em frente à sua casa, prometeram construir um shopping, colocaram até placas, mas a ideia não foi pra frente. O ambiente virou um terreno baldio enorme e se tornou um local propício para acúmulo de água. Deve ter sido lá, suspeita a agente de endemias, que tenha pegado a doença. Inclusive na rua da Maria, outras pessoas também contraíram Dengue e Chikungunya. Ela acredita que nesse local se proliferam mosquitos.

TEC/SONORA: Maria José Fernandes, agente de combate a endemias.

“Eu acredito que esse problema todo da Dengue, da Chikungunya, da Zika, seja desses terrenos baldios com essa sujeira toda, com muito lixo acumulado. Tem caixa de geladeira, tudo que acumula água o pessoal joga dentro desses terrenos baldios. O recado que eu deixo é para o pessoal evitar porque é horrível. Ninguém queira passar por essa doença não, porque é horrível. Eu nunca na minha vida senti uma coisa tão ruim como essa Chikungunya. É horrível mesmo.”

LOC: O bairro de Maria José, Igapó, como o de Nossa Senhora da Apresentação, são os locais com maior incidência de mosquito em Natal. Dianaldo Lopes, chefe de Operação de Campo das Arboviroses do município, explica que essa situação ocorre devido às condições socioeconômicas e culturais. E para que não piore agora, com o racionamento, a forma mais segura é manter os reservatórios tampados para que não seja um criadouro de mosquito.

TEC/SONORA: Dianaldo Lopes, chefe de Operação de Campo das Arboviroses de Natal.

“O que está acontecendo é que está tendo racionamento de água. A população, por sua vez, vai armazenar água em recipientes para submeter as suas necessidades diárias e aí há uma preocupação maior. Porque se não tem abastecimento de água e eles vão armazenar em locais, em recipiente que fique mais propício para o mosquito, a tendência é dar uma levantada. Estamos com um olhar mais vigilante.”

LOC: Segundo Dianaldo, o município está investindo no programa Vigia Dengue, em que contam com armadilhas para estratificação de risco, ou seja, identificar os locais mais críticos para, assim, direcionar os esforços e priorizar a área. Ao comparar janeiro a março de 2016 e 2017, foi constatado que Dengue e Zika diminuíram 93% e Chikungunya 98%. Mas os cuidados com o mosquito devem continuar, para que esse número diminua cada vez mais. Para saber mais sobre as doenças e forma de prevenção, acesse saude.gov.br/combateaedes.
 

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