LOC.: O plenário da Câmara dos Deputados aprovou um Projeto de Lei que pode melhorar a economia de Minas Gerais ao acabar com a guerra fiscal no país. O PLP 54/15 torna válidos os incentivos fiscais que os estados concederam às empresas, o que pode ajudar na geração de empregos nessas regiões. Essa é a avaliação do deputado Federal Aelton Freitas (PR-MG), que cita Minas como um exemplo de estado que foi prejudicado pela guerra fiscal.
TEC./SONORA: Aelton Freitas deputado Federal (PR-MG)
“Minas Gerais fica exprimido entre São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e o Distrito Federal. E esses quatro estados citados fizeram formas de incentivos fiscais que beneficiaram e trouxeram muitas empresas para esses estados. Nós sentimos uma dificuldade muito grande nisso, nós perdemos muitos empresários do nosso estado para esses quatro estados. Minas Gerais pagou muito caro com essa guerra fiscal.”
LOC.: O que acontece é que, no Brasil, para que os estados possam oferecer benefícios fiscais para atrair empresas de outras localidades, é necessária a aprovação unânime do Conselho Nacional de Política Fazendária, o Confaz. Esse órgão reúne os secretários de Fazendo dos 26 estados e do DF. Isso significa que todos eles precisam votar a favor do que está sendo negociado entre o estado e as empresas, o que quase nunca acontece. É por isso que alguns estados – decidem oferecer incentivos para atrair empresas e estimular o desenvolvimento da economia, mesmo sem a aprovação do Confaz. O objetivo disso é gerar empregos e aquecer a economia local. Algumas vezes, no entanto, outros estados se sentem injustiçados e recorrem ao Supremo Tribunal Federal, STF, para suspender esses incentivos. Isso acaba levando insegurança aos empresários, o que prejudicaa economia do estado.
O professor de Direito Tributário da Universidade de Brasília, Guilherme Bicalho, explica que a aprovação do projeto de Lei é fundamental para que os empresários tenham mais confiança na hora de se instalar nesses territórios e, a partir daí, possam gerar mais empregos.
TEC./SONORA: Guilherme Bicalho, professor de Direito Tributário da Universidade de Brasília
“A convalidação de benefícios que não foram submetidos à aprovação unânime dos estados no âmbito do Confaz traz segurança jurídica para o empresariado que, a partir das vantagens que foram oferecidas pelos estados, decidiram se instalar naquele território estadual e gerar emprego, gerar receita, gerar renda. Então é importante nesse contexto de segurança jurídica para esses empresários, sejam eles industriais, comerciantes ou prestadores de serviço.”
LOC.: Como o texto foi mudado na Câmara dos Deputados, o projeto que convalida os incentivos fiscais agora volta a tramitar no Senado Federal. Pelas novas regras, a concessão dos benefícios dependeria, então, de apenas dois terços dos estados e de um terço de cada uma das cinco regiões do País.
Reportagem, Bruna Goularte