MINAS GERAIS: Circulação do mosquito da Dengue, Zika e Chikungunya pode acontecer entre municípios vizinhos

SalvarSalvar imagem
SalvarSalvar imagem

LOC.: A população dos municípios próximos a Belo Horizonte precisa ficar ainda mais atenta à infestação do mosquito que transmite a Dengue, o Zika e a Chikungunya. Só na capital do estado, no ano passado, foram quase 155 mil casos confirmados de Dengue e outros 43 casos de Chikungunya. Em Betim, por exemplo, 15 mil pessoas adoeceram com Dengue e 80 com a Chikungunya. Já em Contagem, o número de pessoas com Dengue chegou a 16 mil, enquanto que outras 10 mil pessoas tiveram Chikungunya em 2016.
Os números preocupam e mostram que a população deve reforçar os cuidados para não deixar água parada em casa. Ainda mais porque é muito fácil que um vírus que só circula em uma cidade comece a ser transmitido em municípios vizinhos. É o que explica a professora titular do departamento de microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais, Erna Kroon.

TEC./SONORA: Erna Kroon, professora titular do departamento de microbiologia da UFMG
“Ou o ser humano infectado se desloca para outra cidade e vai ser picado pelo mosquito naquela cidade, no período febril, ou pré-febril, ou logo pós-febril, mas que ainda tem vírus circulante. Ao ser picado pelo mosquito naquela cidade, esses mosquitos se infectarão. A outra forma é o mosquito se deslocando de uma cidade para outra. É claro que não pela sua capacidade de voo, mas através de carros, ônibus, enfim, qualquer forma de locomoção de uma cidade para outra”

LOC.: De acordo com a Secretaria de Saúde de Minas Gerais, já foram notificados mais de 2400 casos prováveis de Dengue no estado, só em 2017. Além disso, já existe a suspeita de uma morte causada pela doença este ano.
Em relação ao Zika, são 46 casos prováveis da doença em Minas. A Chikungunya, doença que preocupa o Ministério da Saúde e pode causar sequelas por anos, já pode ter infectado mais de 100 pessoas em Minas. O vice-diretor de Serviços Clínicos do Instituto Nacional de Infectologia da Fiocruz, José Cerbino, conta porque a Chikungunya causa tantos danos a quem fica doente.

TEC./SONORA: José Cerbino, vice-diretor de Serviços Clínicos do Instituto Nacional de Infectologia da Fiocruz
“A maioria das pessoas mantém os sintomas por 10 a 14 dias. São as formas que se resolvem durante a fase aguda. Alguns pacientes podem evoluir para formas crônicas e aí essa dor pode se estender durante muitos meses. Existem pacientes com sintomas por até um ano após a infecção. Então há o risco de desenvolver a forma crônica da doença e manter essa dor durante muito tempo”.

LOC.: Vale lembrar que tanto a Dengue, quanto o Zika e a Chikungunya são doenças que, inicialmente, têm os sintomas muito parecidos. A pessoa pode sentir dor de cabeça, ter febre, sofrer com muitas dores no corpo e juntas. Por isso e para que não haja nenhuma falha no diagnóstico, o secretário de Saúde de Betim, Guilherme Carvalho, orienta que, ao primeiro sinal de sintomas, a pessoa procure um médico.

TEC./SONORA: Guilherme Carvalho, secretário Municipal de Saúde de Betim
“A primeira orientação é não fazer a automedicação. Os primeiros sintomas se confundem com uma série de outras doenças que são frequentes, principalmente nessa época do ano, então a primeira orientação é não fazer a automedicação e buscar um posto de saúde mais próximo da sua residência. A atenção primária é o vínculo da comunidade com o serviço de Saúde. É a porta de entrada desse paciente. Então, procure, primeiramente, um posto de saúde. Se for classificado como um caso de urgência, automaticamente ele vai ser referenciado para outra unidade de urgência do município.

LOC.: Outra grande preocupação de Minas Gerais é o surto de Febre Amarela. É preciso lembrar que, se a doença se espalhar para a área urbana, é o mosquito da Dengue, Zika e Chikungunya que vai começar a passar a Febre Amarela. Por isso, para prevenir todas essas doenças, o jeito mais fácil é não deixar nenhum recipiente com água parada e evitar que o mosquito nasça e se reproduza. Dessa forma, você ajuda a proteger sua família, vizinhança e até as cidades que ficam próximas a você. Para saber mais, acesse: saude.gov.br/combateaedes. Ministério da Saúde, Governo Federal.
 

Receba nossos conteúdos em primeira mão.