MERCOSUL: Governo brasileiro comenta decisão de afastar Venezuela do bloco econômico

Desde abril, a Venezuela vive uma onda de manifestações a favor e contra o governo, que já deixaram cerca de 100 mortos e mais de mil feridos

 

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LOC.: O Mercosul suspendeu a Venezuela do bloco econômico pela ruptura da ordem democrática. A informação foi anunciada após uma reunião dos chanceleres do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, conta um pouco mais sobre esta decisão.

TEC./SONORA: Aloysio Nunes, ministro das Relações Exteriores.

"O Mercosul faz da observância da democracia não apenas um requisito para a participação no bloco, mas o Mercosul quer ser também uma instância de defesa dos valores democráticos na América e no mundo. E constatamos que houve uma ruptura da ordem democrática. E não adianta criar apenas uma fachada de diálogo. É preciso que o diálogo se dê de boa fé, com o objetivo de chegar a uma boa solução para o restabelecimento da democracia. Isto não ocorreu."

LOC.: O ministro destacou ainda que quer que a Venezuela se reencontre com a democracia e volte a participar das decisões do bloco.

TEC./SONORA: Aloysio Nunes, ministro das Relações Exteriores.

"Chega de mortes, chega de repressão, não é mais possível submeter o povo a este tipo de tortura. É uma suspensão. O Protocolo de Ushuaia não prevê a expulsão. Nós queremos que a Venezuela volte, que ela se reencontre com a democracia e volte a estar aqui, participando plenamente das decisões de um organismo para o qual ela foi convidada, ao qual ela aderiu, e que, infelizmente, de não cumprido as obrigações a que ela se engajou, nós fomos obrigados a suspendê-la. Esperamos que volte."

LOC.: O fim da suspensão só vai ocorrer quando a Venezuela reestabelecer a plena ordem democrática, com a libertação dos presos políticos, a restauração das competências do poder legislativo, a retomada do calendário eleitoral e a anulação da Assembleia Constituinte recém convocada. Desde abril, a Venezuela vive uma onda de manifestações a favor e contra o governo, muitas delas violentas e que já deixaram cerca de 100 mortos e mais de mil feridos.

Reportagem, Cintia Moreira.

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