HPV: Vacina não estimula relações sexuais entre jovens de 11 a 13 anos, aponta estudo

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REPÓRTER: A vacina contra o HPV não altera o comportamento sexual das adolescentes, segundo a revista norte-americana Pediatrics. As garotas analisadas, que tem entre 11 e 13 anos, que receberam a vacina contra o HPV não tiveram infecções sexualmente transmissíveis. Além disso, também, não foi notado um aumento na taxa de gravidez, nessa faixa etária, nos Estados Unidos. Desde a introdução da vacina no Brasil, uma das grandes preocupações dos pais das adolescentes tem sido o aumento da atividade sexual. Além de proteger contra o câncer do colo do útero, umas das principais causas de morte de mulheres no mundo, a vacina diminui os riscos de surgimento de lesões e outros tipos de câncer. O vendedor de Altônia, no Paraná, Leandro Rodrigues é pai de Laís Rodrigues. Ele conta que tinha medo de levar a filha de 13 anos para tomar a vacina por conta de boatos sobre o comportamento sexual das jovens.

SONORA: Vendedor, Leandro Rodrigues

“A gente criou um tabu quanto a isso pela questão da sexualidade mesmo. Quando você assume essa vacina anti-HPV, claro que está pensando na saúde do teu filho, mas a questão principal é que está abrindo as portas pela questão da relação sexual. Então, a gente ficou com receio e com medo e com auxilio de alguns amigos médicos também nos aconselhando a dar essa vacina sim”.
 
REPÓRTER: A professora da cidade de União, no Piauí, Joelma Machado, já levou a filha para tomar as duas doses da vacina contra o HPV. A educadora conta que foi difícil convencer o marido a deixar a menina receber a imunização, pois ele achava que isso era um meio de incentivar que a garota tivesse relações sexuais. Porém, ela conseguiu mostrar que a vacina é a forma de prevenção mais segura contra o câncer do colo do útero, além de não ter relação com o início da vida sexual da filha.
 
SONORA: Mãe – Joelma Machado
 
“Eu vejo a oportunidade da vacina evitar o câncer do colo do útero. E em casa eu encontrei uma certa barreira pelo meu marido, que achava que era um incentivo a ter relações sexuais. A gente foi conversar com a agente de saúde, ela deu mais informações e diante do que eu também já sabia desse vírus, eu achei por bem levar ela para tomar.”
 
REPÓRTER: Segundo o epidemiologista do ministério da Saúde, Jarbas Barbosa a vacina não é um estímulo quanto à atividade sexual, e sim uma prevenção contra o câncer do colo do útero.
 
SONORA: epidemiologista – Jarbas Barbosa
 
“Havia muitas dúvidas: Será que meninas vacinadas começam a vida sexual mais jovem? Os países que começaram a usar primeiro a vacina, como a Austrália. Então na Austrália já se tem oito anos de uso da vacina. Não produziu nenhuma alteração sobre a idade de atividade sexual como era esperado, porque a vacina, não é uma vacina para ter atividade ou não ter atividade. A vacina é para proteger contra o câncer de colo de útero, que é uma doença que ainda mata 14 mulheres a cada dia em nosso país.”
 
REPÓRTER: O HPV é um dos principais causadores do câncer de colo do útero. De acordo com estudos da Organização Mundial da Saúde, 270 mil mulheres, no mundo, morrem devido à doença. Segundo o Ministério da Saúde, 137 mil novos casos são registrados por ano no Brasil. A campanha de vacinação começou em março de 2014 e o índice da segunda dose ainda está baixo. O Ministério da Saúde quer vacinar pelo menos 80 por cento de todas as jovens do país. Porém, a procura pela segunda dose da vacina ainda está baixa. Pouco mais de 55 por cento das meninas de todo o país tomaram a vacina. Segundo o ministério da Saúde, para que a imunização seja completa é necessário que as jovens tomem as três doses.
 
Reportagem, Victor Maciel 

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