HIV/AIDS: Número de pessoas com a doença ou soropositivas em tratamento no SUS cresceu 29% em 2014

De janeiro a outubro deste ano, mais de 61 mil pessoas com aids ou soropositivas começaram a ser tratadas no SUS, Sistema Único de Saúde. Esse número é 29% maior que em 2013, quando foram contabilizados cerca que 47 mil e 500 pacientes

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REPORTER: De janeiro a outubro deste ano, mais de 61 mil pessoas com aids ou soropositivas começaram a ser tratadas no SUS, Sistema Único de Saúde. Esse número é 29% maior que em 2013, quando foram contabilizados cerca que 47 mil e 500 pacientes. Ao todo, 400 mil pessoas no Brasil são tratadas com os antirretrovirais, que são medicamentos usados contra a doença. Os dados são do Boletim Epidemiológico de HIV e Aids 2014, divulgados pelo Ministério da Saúde, nesta segunda-feira, Dia Mundial de Luta contra a aids. De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, o crescimento do número de pessoas tratadas com antirretrovirais é resultado do Protocolo Clínico que ampliou o tratamento para todas as pessoas com o vírus HIV:

SONORA: secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde - Jarbas Barbosa

"Para aquela pessoa, adia por um tempo muito grande o aparecimento de qualquer problema de saúde; segundo, quando ela começa a tomar os antirretrovirais, seis meses depois, grande parte dessas pessoas, mais de 90% vão ter o que nós chamamos de carga viral indetectável, a quantidade de vírus no organismo passa a ser tão pequena que essa pessoa também quase não transmite para outras pessoas. Então, se a gente combina o uso do preservativo com o tratamento de todos que são portadores do HIV, em quatro ou cinco anos, nós podemos ter uma diminuição muito acelerada da aids no Brasil."     

REPÓRTER: A meta do Ministério da Saúde é que, até 2020, 90% das pessoas tratadas pelo SUS com medicamentos contra aids não apresentem sinais da doença, conforme explica o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita:

SONORA: diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde - Fábio Mesquita

"Que é uma meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde e pela Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/ Aids)  e que coloca onde deveremos estar no ano de 2020. A gente ainda tem que crescer em 72 mil pessoas em diagnóstico, 240 mil pessoas em tratamento antirretroviral e 242 mil pessoas em carga viral suprimida. No entanto, a gente já incluiu muito mais gente em tratamento e muito mais gente com carga viral suprimida." 

REPÓRTER: Apesar dos avanços em 30 anos de combate à aids, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, chama a atenção para epidemias concentradas em algumas regiões do país, com ações voltadas para o público jovem:

SONORA: ministro da Saúde – Arthur Chioro

 "Quando a gente olha para os dados da epidemia de aids no Brasil, nacionalmente, nós temos uma tendência de estabilização, mas é fundamental reconhecer as diversidades que nós podemos ler dentro do nosso país, como uma maior prevalência de casos no Rio Grande do Sul, uma tendência de aumento no Norte e no Nordeste e uma tendência de aumento importante entre os mais jovens de 15 a 24 anos. O fato de termos avançado muito nesses 30 anos não pode, sob hipótese alguma, desarmar as nossas ações e nos lançar novos desafios."    

REPÓRTER: Com o slogan "#partiu teste", a nova campanha de combate à aids tem foco no público jovem. A mensagem geral informa que o jovem para se prevenir contra o vírus da aids deve usar camisinha, fazer o teste e, se der positivo, começar logo o tratamento. Para saber mais, acesse: www.aids.gov.br.

Reportagem, Ana Cláudia Amorim

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