GOIÁS (GO): Mãe vira youtuber para abordar o tema da microcefalia da filha causada pelo Zika

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LOC: Katielly Victoria tem apenas quatro meses de idade e foi uma das crianças que teve microcefalia devido ao Zika. A mãe da pequena é a Katianay Ferreira, de 20 anos, moradora de Goiânia. Ela descobriu que estava grávida com oito semanas de gestação e logo depois, na semana seguinte, teve os sintomas da doença. O diagnóstico veio junto com o medo e toda a preocupação da relação do Zika com a microcefalia. O pior foi que Katianay passou a gestação inteira na incerteza, se isso afetaria sua filha ou não. Uma angústia sem fim. Apenas no último mês da gravidez foi constatada uma alteração e a bebê teria o perímetro cefálico menor. Foi um choque muito grande para a família.

Posteriormente, as reportagens sobre microcefalia que apareciam nas mídias não eram suficientes para Katianay. Ela queria conhecer a fundo esse universo, imergir cada vez mais e se frustrou. O conteúdo sobre o assunto era bem limitado e superficial. Katianay queria mesmo era ouvir a vivência de uma mãe que teve filho com microcefalia. Tinha curiosidade em ouvir alguém falando o que mudou depois que a criança nasceu, como era a rotina e a vida da mãe e do filho, coisa que não achou em lugar nenhum.

Sendo assim, a moça resolveu criar ela mesma o conteúdo que tanto buscava. Com isso veio o canal no Youtube, “Diário de uma mãe especial”, criado em março deste ano. Katianay conta mais sobre seu objetivo com o projeto.

TEC/SONORA: Katianay Ferreira, mãe de Katielly Victoria.

“Eu criei um canal para mostrar para as mães que têm bebês com microcefalia, para mostrar para elas que a gente não precisa esconder nossos filhos pro mundo. Porque infelizmente existe um preconceito muito grande. Eu sofri um preconceito no Facebook falando que a cabeça da minha filha era estranha. ‘Essa cabeça tá muito estranha’, ‘Ela tem o quê?’. Então assim, foi muito doído. E você vê direto alguém falando que a sua filha é doente. Às vezes não é nem por maldade, mas isso machuca, machuca sim. Então, o meu intuito foi mostrar que eles não são doentes, eles apenas têm suas limitações como qualquer criança.”

LOC: Katielly veio ao mundo com muito amor e cuidado. Para ajudar no tratamento, a mãe buscou apoio na fonoaudiologia, fisioterapia, otorrino, neuropediatria, terapia precoce e fisioterapia. Katianay quer compartilhar a rotina da filha e esclarecer todas as dúvidas que as mamães sempre perguntam para ela. A moça deixa um recado para todas as gestantes se prevenirem do mosquito.

TEC/SONORA: Katianay Ferreira, mãe de Katielly Victoria.
“Nenhuma mãe quer seu filho com microcefalia. O que eu deixo o recado é que previnam bastante. Hoje a gente pode ser vítima sim do mosquito porque, às vezes, você está certo, mas seu vizinho não está. Então previna, use muito repelente, não saia para lugares onde você vê que tem muito mosquito, essas coisas assim, porque sim, ele causa microcefalia. Eu também não acreditava até acontecer comigo.”

LOC: Murilo do Carmo é coordenador de Controle de Dengue da Secretaria de Saúde de Goiás e deixa algumas recomendações para todas as grávidas.

TEC/SONORA: Murilo do Carmo, coordenador de Controle de Dengue da Secretaria de Saúde de Goiás.

“Nós orientamos sempre as gestantes que alguns cuidados devam ser tomados. Evitar mecanicamente o contato com o vetor, por exemplo, que possui nas primeiras horas da manhã, nas últimas horas da tarde, e tem o seu pico de atividade mais intensificado. Fazer sempre a limpeza dos criadouros. Falar com os vizinhos a respeito da gravidade. Pode-se utilizar repelente também, desde que indicado pelo médico e faça o acompanhamento.”

LOC: A recomendação do Ministério da Saúde para você, mamãe, é utilizar repelente, roupas compridas, telas nas janelas de casa e preservativo, pois além do mosquito, a doença pode ser transmitida sexualmente. E a família deve ajudar no combate de criadouros dentro de casa. Para mais informações sobre Zika e formas de prevenção, acesse saude.gov.br/combateaedes.

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