EXCLUSIVO: Narrador que por pouco não embarca no avião da Chapecoense relata clima amargo em Chapecó

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REPÓRTER: A nossa reportagem traz com exclusividade uma entrevista com o diretor de esportes e narrador da Rádio Super Condá, de Chapecó, Santa Catarina, Ivan Carlos. A equipe da emissora estava no avião que levava o time da Chapecoense para a primeira partida da final da Copa Sul-Americana, que caiu a cerca de 30 quilômetros da cidade colombiana de Medellín, nesta terça-feira.
 
Ivan Carlos poderia estar entre as vítimas do voo, mas em última hora, não embarcou na aeronave. No lugar dele, viajaram o outro narrador da emissora Gelson Galioto e repórter Edson Luiz Picolé. Ivan Carlos conversa agora conosco.
 
Ivan, como que você recebeu a notícia da queda da aeronave que você por pouco não embarcou? Obrigado por falar conosco.
 
SONORA: Ivan Carlos, narrador da Rádio Super Condá
 
“Eu fui surpreendido na madrugada de hoje, com telefonemas para minha residência, até porque, meu nome estava na lista. Eu seria o narrador do primeiro jogo das finais da Sul-Americana, mas houve uma mudança de escala no sábado a tarde. Aí, eu fiz o jogo Chapecoense e Palmeiras no Allianz Parque, voltei e o Gelson Galioto foi então à São Paulo, no domingo pela manhã, de avião e acabou indo para o primeiro jogo, e eu faria o segundo jogo, em Curitiba, quando seria decidido então, a Sul-Americana. Por volta de uma e meia da manhã, duas horas, muitos telefonemas na minha residência, até porque, o meu nome está na lista de credenciamento, e o pessoal, muitos até com pesares, cumprimentando minha família.”   
 
REPÓRTER: Agora, Ivan, o fato que está deixando todo o torcedor de futebol, enfim, todas as pessoas, o Brasil inteiro estarrecido, é o fato de um time considerado pequeno, que ascendeu a Série A do Campeonato Brasileiro em 2014 e de lá para cá, vem fazendo boas temporadas e, esse ano uma excelente temporada, tranquila na tabela da Série A e com uma final da Copa Sul-Americana, ou seja, o Brasil parece que adotou a Associação Chapecoense de Futebol como seu segundo time. Um time bem administrado. Um ano que seria glorioso para a Chapecoense acabar desta forma, não é verdade?
 
SONORA: Ivan Carlos, narrador da Rádio Super Condá
 
“Olha eu acredito que isso é coisa de Deus. Usando a Chapecoense como exemplo. Porque é uma história bonita, com muito sacrifício, de muita dificuldade. Para a própria imprensa também foi muito difícil. Sempre distantes os jogos. Eu acredito que, o “homem” lá de cima esteja usando a Chapecoense como exemplo de dificuldade, para vencer, para conquistar e lamentavelmente terminando nessa tragédia.”
 
REPÓRTER: Ivan, uma coisa que também, quem não conhece o dia-a-dia da crônica esportiva, quem não acompanha as equipes de futebol, também está se perguntando nesse momento: Por que as equipes de jornalismo, principalmente as emissoras de rádio, de televisão viajam junto com os times de futebol? Isso é comum?
 
SONORA: Ivan Carlos, narrador da Rádio Super Condá
 
“Não. Não é comum. A nossa equipe não viaja, jamais viaja com a Chapecoense. Nessa viagem é que a Chapecoense fretou um  voo, e até para economizar, além da economia, proporcionar também aos homens da imprensa de Chapecó uma certa economia, acabou abrindo essas vagas para a imprensa daqui. Foi isso que aconteceu.”
 
REPÓRTER: Muito bem, Ivan, eu gostaria de agradecer por você ter participado aqui conosco. Muito obrigado e receba todos os nossos pesares, mandando aí todas as vibrações positivas para toda a cidade e também para vocês aí em especial, para a Rádio Super Condá, que também perdeu membros da equipe. A gente espera que vocês consigam, com fé, com força, superar esse momento e muito obrigado.
 
SONORA: Ivan Carlos, narrador da Rádio Super Condá
 
“Muito obrigado. Eu aproveito a oportunidade, na grande rede de rádios, para agradecer o Brasil inteiro, nas mensagens, nas homenagens prestadas a Chapecoense e também com esse sentimento de solidariedade para com o povo de Chapecó, para com a nossa Chapecoense e os homens da imprensa local que também tiveram passamento nessa tragédia.”
 
REPÓRTER: Muito bem. Eu conversei com o diretor de esportes e narrador da Rádio Super Condá, de Chapecó, Santa Catarina, que teve membros de sua equipe vitimados no acidente aéreo com o time da Chapecoense, nesta terça-feira, na Colômbia.
 
 
Reportagem, Cristiano Carlos  

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