Estados precisam de reestruturação na previdência, diz deputado pernambucano

A despesa com a previdência em Pernambuco no ano de 2015 representou 10,5% da RCL

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Os deputados aliados ao governo ainda tentam conseguir, na Câmara dos Deputados, os 308 votos favoráveis à reforma da Previdência, prevista para ser votada em outubro. A base admite que, hoje, não conseguiria aprová-la por não ter quórum mínimo. Mas no início dessa semana, o presidente Michel Temer se reuniu com empresários e garantiu que a proposta dessa reforma não será esquecida.

Segundo dados do Ministério da Fazenda, o déficit com a previdência é bilionário e crescente. As despesas em 2016 foram quase 150 bilhões a mais do que as receitas, gerando um rombo. No total, somando esse valor com o dos servidores civis, militares e federais, esse número passa a ser de 227 bilhões de reais. Esse número é quase dez vezes o que é gasto com o Programa Bolsa Família e mais que o dobro do gasto de todo o Ministério da Saúde, por exemplo. Ainda segundo informações da Fazenda, a previsão é de que o rombo em 2017 seja de 263 bilhões de reais. Carlos Eduardo Cadoca, deputado federal pelo PDT pernambucano, acredita que a reforma é mais que necessária. De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea, Pernambuco teve o déficit em 2016 33% maior do que em 2015.

“As previdências estaduais e municipais também estão em situação de desequilíbrio. Então, é preciso que se faça uma reestruturação, já estamos fazendo atrasado isso.”

A despesa com a previdência em Pernambuco no ano de 2015, último dado disponível, representou 10,5% da receita corrente líquida. Isso significa que 10,5% da receita do estado estão sendo destinados somente para pagar aposentados e pensionistas.

O ideal, segundo especialistas, é que haja quatro trabalhadores na ativa para cada trabalhador inativo. Em estados como Santa Catarina, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que foram os que mais apresentaram rombo nas contas previdenciárias, essa proporção pode chegar a menos de um ativo para um aposentado.

Reportagem, Jalila Arabi.
 

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