EDUCAÇÃO: Proposta para currículo comum nas escolas tem viés ideológico, diz especialista

SalvarSalvar imagem
SalvarSalvar imagem

REPÓRTER: A Base Nacional Comum Curricular proposta pelo ministério da Educação já está em fase final de elaboração. A consulta pública, que permitia qualquer cidadão dar sugestões para as disciplinas e conteúdos que vão fazer parte do novo currículo foi encerrada no dia 15 de março. No dia 15 de abril, vai ser apresentada a segunda versão da proposta, que vai ser debatida em todos os Estados brasileiros. No entanto, a proposta não é unanimidade entre os especialistas. O advogado e coordenador do movimento Escola Sem Partido, Miguel Nagib, critica a forma com que a proposta está sendo elaborada. De acordo com ele, um projeto tão importante como a Base Nacional Comum Curricular só deveria ser aprovada, caso passasse pelo Congresso Nacional.

SONORA
: Miguel Nagib, presidente da Câmara de Educação Básica da Confenen
“Nós entendemos que essa matéria, o poder de decidir aquilo que milhões, gerações de estudantes serão obrigados a estudar ao longo de toda sua vida escolar. Esse poder é um poder grande demais para ser delegado a um órgão do poder executivo, no caso o Conselho Nacional de Educação. Não é justo, não é razoável que em uma democracia um poder tão grande seja atribuído a esse tipo de servidores. Então, nós entendemos que a competência para aprovar a base nacional comum do currículo seja transferida para o congresso nacional”.
 

REPÓRTER
: O novo currículo comum também propõem que as escolas debatam com os alunos temas como sustentabilidade, tecnologia, educação financeira, questões dos direitos humanos e diversidade de gênero. Para Samuel Lara, presidente da Câmara de Educação Básica, da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino, a Confenen, a forma como a questão de gênero está imposta no novo currículo caracteriza uma interferência do Estado no papel que cabe aos pais desempenharem como primeiros educadores.
 
SONORA: Samuel Lara, presidente da Câmara de Educação Básica da Confenen
 
“E a questão de gênero e o material proposto pelo governo é uma afronta a questão dos princípios e valores das famílias. Esse é um grande questionamento que nos percebemos dentro daquelas famílias que estão com seus filhos nas escolas particulares. O material proposto pelo MEC ele é um material da mais completa insanidade eu diria. Então nos temos muito mais uma questão ideológica, para atender a interesses políticos do que para resolver a questão da educação.”
 
REPÓRTER: O Ministério da Educação afirma que todas as críticas quanto à elaboração da Base Nacional Comum Curricular vão ser analisadas e, caso necessário, os erros serão corridos. De acordo com o MEC, depois de passar por consulta pública, a proposta do novo currículo vai ser avaliada por estados e municípios. O texto final segue para o Conselho Nacional de Educação. Depois, volta para o MEC para ser homologado.

 

Reportagem, João Paulo Machado 

Receba nossos conteúdos em primeira mão.