EDUCAÇÃO: Mais de 50% dos alunos do ensino fundamental terminam 3º ano analfabetos, na rede pública de ensino

De acordo com a  Confenen, os maus resultados não se repetem nas escolas da rede privada

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REPÓRTER: Mais da metade das crianças brasileiras que completam o terceiro ano do ensino fundamental em escolas públicas continuam analfabetas, de acordo com dados do Anuário Brasileiro da Educação Básica de 2015. O relatório foi divulgado na última semana em audiência na comissão de Educação da Câmara dos Deputados. Além disso, apenas nove por cento dos alunos do terceiro ano do ensino médio saem da escola sabendo Matemática de forma satisfatória. Para a diretora Executiva da entidade Todos Pela Educação, Priscila Cruz, a formação dos professores é fator importante para o baixo rendimento dos alunos em sala de aula.
 
SONORA: diretora Executiva da entidade Todos Pela Educação, Priscila Cruz
 
"Os professores precisam ser bem formados, eles precisam estar preparados para alfabetizar seus alunos. Esse é um ponto. A gente tem que ter os melhores alunos do ensino médio querendo ser professores. A gente tem que pagar melhores os professores para atrair para a carreira docente os melhores. A gente tem que formar bem esses professores, que infelizmente têm uma formação muito teórica. Pouquíssimos deles se sentem preparados para a sala de aula."
 
REPÓRTER: O deputado Federal, Rogério Marinho, do PSDB do Rio Grande do Norte, autor do pedido para a audiência na Câmara dos Deputados, defende modificações na metodologia de formação dos professores.
 
SONORA: deputado Federal, Rogério Marinho, PSDB – RN
 
"Se nós sabemos que a metodologia de ensino, que é ensinada aos nossos professores na sua qualificação nas universidades, nas academias, não está permitindo a formação de professores e alfabetizadores capazes de responder ao desafio da alfabetizar as crianças na idade adequada, de que forma a gente trabalha isso? Evidente que nós temos que modificar o currículo de formação, temos que fazer que a carreira estruturada seja atrativa para os jovens."
 
REPÓRTER: De acordo com Samuel Lara, presidente da Câmara de Educação Básica, da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino, a Confenen, os maus resultados das escolas públicas brasileiras não se repetem nas escolas da rede privada. Segundo ele, isso acontece, porque as escolas da rede privada exigem dos alunos resultados individuais que confirmem a compreensão do aprendizado.
 
 
SONORA: presidente da Câmara de Educação Básica, da Confenen, Samuel Lara
 
“Na escola particular, o resultado é melhor, devido ao processo de levar ao aluno a plena concepção de resultados que confirmem o aprendizado. Por isso, também observa-se o desempenho melhor desses alunos nas avaliações externas. A rede privada tem conseguido resultados melhores de seus alunos para a progressão ao ensino superior.”
 
REPÓRTER: Para tentar melhorar o ensino no país, o ministério da Educação está propondo um novo currículo escolar para compor a Educação Básica. A medida está prevista no Plano Nacional de Educação. A proposta do MEC é que, 60 por cento do conteúdo da Educação Básica sejam padronizados. Ou seja, as escolas públicas e particulares vão ter que ensinar o mesmo conteúdo das áreas de linguagem, matemática e ciências humanas em todas as escolas do país. Os outros 40 por cento restantes do currículo vão ser preenchidos com disciplinas que valorizem a regionalidade de cada estado e município. Samuel Lara acredita que o novo currículo da educação básica precisa dar mais importância as disciplinas consideradas essenciais e descartar conteúdos considerados ultrapassados.
 
SONORA: presidente da Câmara de Educação Básica, da Confenen, Samuel Lara
 
“Nós temos um excesso de disciplinas, excesso de conteúdo, exigindo uma carga horária elevada. Onde muitos desses conteúdos ou estão ultrapassados ou ficarão ultrapassados em breve. Então, isso tem impedido. Muito conteúdo, excesso de conteúdo, excesso de avaliação, muitas vezes têm roubado o tempo para proporcionar oportunidades de construção do conhecimento. Muito do aprendizado vem do dia a dia, do cotidiano do individuo. Ele precisa então, de que a compreensão do momento, a compreensão de determinada situação para que ele possa ter um senso critico construindo uma opinião própria.”
 
REPÓRTER: Até o dia 15 de dezembro é possível enviar ao ministério da Educação sugestões para as disciplinas e conteúdos que vão fazer parte da Base Nacional Comum Curricular do Ensino Básico pela internet. Basta acessar o endereço www.portal.mec.gov.br. Para conhecer as propostas para o novo currículo da Educação Básica entregues ao MEC pelas escolas particulares acesse www.confenen.org.br.
 
Com informações da Rádio Câmara, reportagem, João Paulo Machado

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