LOC.: A escola pode ou não ser palco de discussões e aulas sobre ideologia de gênero e sexualidade? Esse debate tem ganhado destaque ao longo dos últimos e gerado controversas.
Para alguns a escola deve, sim, discutir esse assunto como forma de combate a discriminação de indivíduos ou grupos de pessoas e também para estimular a compreensão em crianças e adolescentes de determinados comportamentos.
Outros acreditam que assuntos de ordem moral não podem ser impostos aos alunos por parte do Estado. O fundador do movimento Escola Sem Partido, Miguel Nagib afirma que a Constituição define os direitos e os deveres para a educação. E, por isso, a escola não pode adotar posicionamentos ideológicos que vão contra o princípio da neutralidade.
TEC./SONORA: Miguel Nagib, fundador do movimento Escola Sem Partido
“O Estado não pode usar a sua máquina para promover uma moralidade que seja hostil a moralidade de uma determinada religião. Então, quando, por exemplo, o currículo ou, o professor por sua própria iniciativa, utiliza o seu cargo e o espaço da sala de aula para defender que ninguém nasce homem, nem homem nem mulher, e isso é uma construção cultural – e dessa premissa decorrem muitas consequências de natureza moral – o Estado está deixando de ser neutro em relação a moralidade cristã e, portanto, está ferindo o princípio da laicidade do Estado que é um principio constitucional.”
LOC.: Fundado por Nagib, o movimento Escola Sem Partido que defende o prevalecimento dos pais na educação dos filhos perante o Estado virou inspiração para um projeto de Lei. A proposta que tramita na Câmara propõe que seja afixado na parede das salas de aula de todas as escolas do país um cartaz, onde estarão escritos os deveres do professor, como, por exemplo, não constranger os alunos em razão de convicções políticas, ideológicas, morais ou religiosas, ou da falta delas.
Com a colaboração de João Paulo Machado, reportagem, Cíntia Moreira