REPÓRTER: Toda relação parental tem consequências no comportamento dos filhos. Assim, o papel dos pais na educação – seja formal ou não – é fundamental. É o que pensa a engenheira agrônoma brasiliense Letícia de Figueiredo. Ela é a mãe do Bento, de três anos. A criança acabou de começar a fase de alfabetização. Para acompanhar mais de perto os primeiros passos do filho na vida escolar, a brasiliense de 31 anos mudou rotina de trabalho e estudos. Chegou a trancar curso em universidade para dar atenção total ao assunto. O foco no desenvolvimento educacional do pequeno Bento é tão incisivo, que Letícia chega a repassar, em casa, as atividades e tarefas ocorridas dentro da sala de aula.
SONORA: Letícia Figueiredo Engenheira Agrônoma
“Eu acho importante sim, para você acompanhar o desenvolvimento, você acaba estimulando melhor o seu filho, e tendo mais cuidado do que um cuidador, que você coloca dentro de casa."
REPÓRTER: A relação próxima que Letícia tem na educação de Bento pode colocar a mamãe num grupo chamado de pais “envolvidos”. Esta classificação é de um estudo feito pelo Movimento Todos Pela Educação, que verificou cinco perfis diferentes de pais e responsáveis em relação aos estudos dos filhos: “envolvidos”, “comprometidos”, “distantes”, “intermediários” e “vinculados”. Segundo a pesquisa, os envolvidos são aqueles que “praticam mais ações de valorização do que de vínculo” e se destacam por acompanhar os estudos do filho. E qual seria o benefício que esse tipo de perfil traria para a vida escolar? Para o representante do movimento Todos Pela Educação, Ricardo Falzetta, um melhor aprendizado.
SONORA: Ricardo Falzetta, representante do movimento Todos pela Educação
“Basicamente , já tem estudos e temos isso no dia a dia muito perceptível que quando você tem uma família ,que participa, de fato , da educação , isso resulta na aprendizagem mais satisfatória e melhor dos alunos. E isso também reflete no trabalho da escola , quando você tem uma escola onde a comunidade é mais participativa tudo flui com mais tranquilidade e de uma forma mais proveitosa para todo mundo .”
REPÓRTER: Segundo o estudo, os pais e responsáveis “envolvidos” representam 25% dos mais de dois mil entrevistados. No entanto, o maior grupo, representando 27% do total, é o dos vinculados – aqueles que pouco participam no ambiente escolar e não conversam com o filho sobre a escola. A técnica de enfermagem brasiliense Natali Portela, mãe da Pâmela Júlia, de cinco anos, pode se encaixar neste perfil. A mamãe reconhece que não tem tempo para atenção à vida escolar da filha. Segundo Natali, a rotina no trabalho de plantonista não deixa. A criança passa grande parte do tempo com a avó. Mesmo assim, Natali acha importante estar presente na educação escolar.
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SONORA: Natali Portela, técnica de enfermagem
“Então, eu não estou presente, pelo fato, de trabalhar direto, para poder das as coisas pra ela. É a questão de trabalho e de ter que estudar, tenho que estar fora sempre . Eu acho que é fundamental esta presente na educação, saber quem são as amizades,saber o que realmente vai fazer ou não, participar da vida. Acho que é fundamental.”
REPÓRTER: A conclusão da pasquisa feita pelo Movimento Todos Pela Educação é de que a participação dos pais no cotidiano escolar dos filhos é um fator determinante para o desempenho do aluno na escola. A família, nesse contexto, é uma instituição importante, segundo o estudo, no processo ensino-aprendizagem. E você, caro ouvinte, acompanha a educação escolar dos seus filhos?
Reportagem, Vânia Almeida