ECONOMIA: Queda em vendas do varejo reflete realidade do cidadão brasileiro, diz economista

De acordo com o levantamento, o volume de vendas do comércio varejista teve queda de 1% na passagem de agosto para setembro deste ano

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REPÓRTER: O brasileiro está segurando os bolsos na hora de comprar. Isso é o que mostra a Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. De acordo com o levantamento, o volume de vendas do comércio varejista teve queda de um por cento na passagem de agosto para setembro deste ano. Na comparação com setembro do ano passado, essa queda foi de 5,9 por cento. No acumulado de 12 meses, o setor já apresenta um resultado negativo de 6,6 por cento. Segundo o IBGE, a população cortou, principalmente, os gastos com compras de super e hipermercados, com comidas e bebidas, além de gastos com livros, jornais, papelaria e eletrodomésticos. A economista Bianca Rodrigues, conselheira no Conselho Federal de Economia, Cofecon, explica que a pesquisa reflete a realidade do trabalhador brasileiro.

SONORA: Bianca Rodrigues, economista e conselheira do Cofecon
“Essa pesquisa está refletindo o que o cidadão tem sentido no seu dia a dia, nos seus consumos diários, nos seus gastos mensais com as suas despesas. E refletiu o que o cidadão sente quando vai ao o supermercado. Ou quando vai comprar algum bem de consumo no varejo. Então tem confirmado o que a sociedade tem percebidono seu dia a dia”.

REPÓRTER: Boa parte do dinheiro do país é movimentada quando o trabalhador escolhe comprar alguma coisa e paga o comerciante. Mas se a pessoa está desempregada, ou acha os preços muitos caros, ela automaticamente compra menos. De acordo com Bianca, a tendência é que os brasileiros consumam mais com a proximidade das festas de fim de ano. Apesar disso, a economista não acredita que o comércio vá se recuperar nos próximos meses.

SONORA: Bianca Rodrigues, economista e conselheira do Cofecon
“Infelizmente, por todas as projeções que a gente tem aí, inclusive o mês de setembro com uma das maiores quedas nos últimos 14 anos. Então tudo diz, tudo está direcionando para que não haja muita diferença de que se possa rever essa situação. De que ocorra algum crescimento nas vendas. Vamos torcer para que tenha. Mas dados os fatores conjunturais, o aumento de desemprego, a taxa da inflação, a diminuição da renda real do trabalhador... Isso provavelmente pode continuar influenciando na queda do consumo aí nos próximos meses. Principalmente nesse período de final de ano, onde nós temos comemorações de Natal.”

REPÓRTER: De acordo com o IBGE, das 27 unidades da federação, 19 tiveram variações negativas no volume de vendas na comparação de agosto e setembro. Os estados que mais registraram quedas nas vendas foram o Mato Grosso e o Tocantins. Por outro lado, Amapá, Piauí, Bahia, Goiás e Distrito Federal foram destaques e mantiveram as vendas estáveis frente a agosto.

Reportagem, Bruna Goularte

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