ECONOMIA: Oito em cada dez jovens ajudam no sustento da casa, de acordo com SPC

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REPÓRTER: Oito em cada dez jovens brasileiros contribuem financeiramente para ajudar no sustento da casa. Esse é o resultado da pesquisa feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito, o SPC Brasil, e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
 
De acordo com o levantamento, 83 por cento dos jovens de 18 a 30 anos ajudam a famílias a pagar as despesas do lar. É o caso do estudante de Direito André Viali, de 21 anos, que mora em Brasília. André conta que, com o dinheiro do estágio da faculdade, ele já ajuda a pagar as contas de casa.

SONORA: 
André Violi, estudante de Direito.
“Atualmente eu faço um estágio em um escritório de advocacia. Ajudo meu pai, meu irmão. Qualquer conta que vem, extra, ou então até nas contas diárias, conta de água, conta de luz. A gente vai ajudando no que dá. Com o salário que eu tenho, eu busco ajudar eles. Eu acho que é essencial nesse momento de crise, porque nem todo mundo tem uma pessoa em casa que dá conta de sustentar toda a família. Então qualquer renda que vier a mais, vem para ajudar.”
 
REPÓRTER: De acordo com a pesquisa do SPC, 29 por cento dos jovens que ajudam em casa arcam apenas com uma parte das despesas, enquanto que 27 por cento são os principais responsáveis pelas contas. 
 
Na avaliação do economista Ronalde Lins, que é conselheiro do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal (Corecon-DF), o grande número de jovens no mercado de trabalho mostra que a renda das famílias brasileiras tem diminuído.
 
SONORARonalde Lins, economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia do DF (Corecon-DF)
“Esse empobrecimento decorre da crise econômica, da falta de emprego, da falta de um segundo emprego do pai, de uma segunda renda para melhorar a renda da família. Ou seja: na verdade o jovem tem que entrar no mercado mais cedo para contribuir com a família. Eu vejo que o jovem, hoje, está sendo obrigado a entrar no mercado de trabalho. Não está focando nos estudos, está deixando os estudos de lado. Ou seja: ter um curso superior, uma pós-graduação, mestrado ou um doutorado... Dificilmente o jovem vai atingir isso”.
 
REPÓRTER: Ainda segundo o levantamento do SPC, 44 por cento dos jovens têm o trabalho com carteira assinada como fonte de renda. Cerca de 25 por cento trabalham informalmente, enquanto que outros 10 por cento estão fazendo estágio. Aqueles que recebem ajuda financeira dos pais somam 10 por cento e os jovens que não possuem renda equivalem a oito por cento do total.
 
Com a colaboração de Bruna Goularte, reportagem, João Paulo Machado

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