ECONOMIA: Governo anuncia R$ 83 bilhões em linhas de crédito

Para presidente do Conselho Federal de Economia, Cofecon, Júlio Miragaya, decisão do governo é acertada, já que país precisa incrementar consumo

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REPÓRTER: Com o objetivo de tentar reerguer a economia brasileira ainda neste ano, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, anunciou que o governo vai utilizar os bancos públicos, como a Caixa Econômica, o Banco do Brasil e o BNDES, para lançar linhas de crédito que somam cerca de R$ 83 bilhões para setores como construção civil, exportador e micro e pequenas empresas.
 
A decisão foi anunciada, na última quinta-feira, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão. O pacote de crédito vai utilizar além dos bancos públicos, recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, o FGTS. Os trabalhadores vão poder fazer uso do próprio saldo no fundo de garantia para solicitar financiamentos consignados. A expectativa do governo é que este modelo de financiamento resulte na injeção de R$ 17 bilhões em crédito. A medida vai ter de passar pelo Congresso Nacional para que seja regulamentada.
 
O presidente do Conselho Federal de Economia, Cofecon, Júlio Miragaya afirma que a decisão do governo de abrir novas linhas de crédito estimula o consumo e atrai mais investimentos do setor produtivo. No entanto, ele alerta que as linhas de crédito precisam estar associadas à redução da taxa básica de juros.
 
SONORA: Presidente do Conselho Federal de Economia, Cofecon, Júlio Miragaya
 
“O país precisa incrementar o consumo. Então, se puder ser ofertadas linhas de crédito mais baratas, evidentemente que isso pode ter um impacto importante tanto para o consumo, quanto em ‘cascata’ para os investimentos que estão também em forte retração. Mas de qualquer forma é importante sempre enfatizar que isso deve estar associado a uma política mais ampla de redução da taxa básica de juros.”
 
REPÓRTER: Entre as linhas de crédito que vão fazer parte do pacote, R$ 10 bilhões vão ser destinados para o setor rural. O crédito habitacional deve receber mais de 10 bilhões por meio de recursos do FGTS. Para infraestrutura, vão ser mais 22 bilhões em linhas de crédito vindas do fundo de investimento do FGTS. O BNDES vai destinar R$ 5 bilhões em recursos para capital de giro de pequenas empresas. O BNDES também vai destinar cerca de 15 bilhões para investimento em máquinas e equipamentos, além de 4 bilhões em crédito para empresas exportadoras.
 
Reportagem, João Paulo Machado
 
 
 
 

 

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