ECONOMIA: Crise política prejudica economia brasileira, afirma Cofecon

Para o conselho, as ações políticas estão diretamente ligadas ao descontrole dos preços, ao desemprego e na queda da produtividade das indústrias

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REPÓRTER: A atual crise política tem causado prejuízos à economia, de acordo com Conselho Federal de Economia, Cofecon. Para o conselho, o descontrole dos níveis de preços, a queda da atividade produtiva e o aumento do desemprego estão diretamente relacionados às atitudes tomadas pelos agentes políticos. Em nota, o conselho afirma que o Poder Executivo tenta, sem sucesso, corrigir os erros cometidos no passado, como a promoção de desonerações consideradas exageradas pela entidade. Por outro lado, segundo os economistas, o Poder Legislativo trabalha propostas de pautas incompatíveis com a atual situação do País. De acordo com o coordenador da Comissão de Política Econômica do Cofecon, Róridan Duarte, o escândalo de corrupção na Petrobras e o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, em tramitação no Congresso Nacional, prejudicam ainda mais o panorama econômico. Para o economista, o pessimismo dos mercados nacional e internacional com o cenário político brasileiro é um dos fatores que precisam ser superados para que o Brasil possa sair da crise econômica.
 
SONORA: Róridan Duarte, coordenador da Comissão de Política Econômica do Cofecon
 
“Uma das causas fundamentais da crise econômica reside na instabilidade provocada pela crise política. Então, a própria crise política ao gerar um aumento de incerteza nos agentes econômicos e na sociedade, como um todo, dificulta que medidas necessárias para a retomada do crescimento e para equacionamento dos problemas econômicos sejam implementadas.”
 
REPÓRTER: Para Róridan Duarte, governo e parlamentares devem melhorar diálogo para o equilíbrio da economia brasileira. 
 
SONORA: Róridan Duarte, coordenador da Comissão de Política Econômica do Cofecon
 
“A primeira medida seria haver uma coordenação da área política do governo, juntamente com o Parlamento e com a área econômica para definirem em conjunto quais são as medidas necessárias do ponto de vista econômico para a retomada do crescimento e para o equacionamento da crise. Tanto o governo quanto o Parlamento podem abrir mão de determinadas propostas, mas o importante é que essas propostas quando consensuadas tenham uma tramitação segura no Parlamento evitando medidas que vão em sentido contrário e aumentam a incerteza.”
 
REPÓRTER: Ainda de acordo com o Conselho Federal de Economia, o País só deve voltar a crescer em caso de mudança na matriz econômica, com a redução da taxa de juros para níveis que permitam o aumento dos investimentos do setor privado. Outras soluções apontadas pela entidade são o estímulo ao consumo das famílias, a diminuição do montante pago com os serviços e juros da dívida pública e, como consequência, o aumento da capacidade de investimento do próprio setor público.
 

 

Reportagem, Cristiano Carlos 

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