ECONOMIA: Copom define nesta quarta (31) Selic; expectativa é corte de 1 pp, diz economista

Para o economista Antônio Correa de Lacerda, mesmo com os últimos cortes realizados pelo Copom, a Selic ainda é muito elevada.

SalvarSalvar imagem
SalvarSalvar imagem

 
LOC.: O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) vai definir nesta quarta-feira (31) a taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 11,25% ao ano. A reunião do Comitê começou na terça pela manhã e vai seguir até o final desta tarde. Nas últimas cinco reuniões, o Banco Central decidiu pela redução da Selic. Na avaliação economista e ex-presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon), Antônio Correa de Lacerda, mesmo com a instabilidade política enfrentada pelo Brasil, a expectativa é que o BC volte a reduzir a taxa.
 
TEC./SONORA: Antônio Correa de Lacerda, ex-presidente do Cofecon.
 
“A tendência natural da taxa de juros no Brasil seria de uma queda. Porque nós temos uma inflação que está caindo rapidamente em função da recessão e, também, porque a nossa taxa de juros é muito alta. É claro que a crise política coloca alguma incerteza nesse processo, mas é muito provável que haja uma queda de pelos menos 1 ponto percentual na taxa Selic, já que a taxa, hoje, é muito alta. “
 
LOC.: Para o economista Antônio Correa de Lacerda, mesmo com os últimos cortes realizados pelo Copom – que reduziram gradativamente a taxa de 14,25% para o patamar atual, de 11,25% – a Selic ainda é muito elevada. De acordo com o economista, isso demonstra o perfil conservador da Política Monetária brasileira.
 
TEC./SONORA: Antônio Correa de Lacerda, ex-presidente do Cofecon.
“O que ocorre é que o Brasil tem uma das maiores taxas do mundo em termos reais – quer dizer, descontada a inflação. E na verdade a taxa de juros já devia ter caído há muito mais tempo. Ela vem caindo, agora, gradualmente. E a se confirmar essa queda [de 1 ponto percentual] vai fortalecer essa visão de conservadorismo por parte do Banco Central Brasileiro.”
 
LOC: O ex-presidente do Cofecon lembra, ainda, que há uma distância muito grande entre a taxa básica de juros e taxa que é oferecida pelos bancos para população. Antônio Correa de Lacerda explica que, mesmo se o Copom decidir a Selic em 1 ponto percentual nesta quarta, os brasileiros ainda precisam ser cautelosos na hora de contratar créditos.
 
TEC./SONORA: Antônio Correa de Lacerda, ex-presidente do Cofecon.
 
“Essa taxa que é oferecida aos tomadores vem caindo ao longo dos últimos meses, mas ainda é extraordinariamente elevada. Quer dizer, é uma taxa de juros muito alta que é cobrada dos consumidores então não é recomendável ninguém comprar com essas taxas, financiados com essas taxas.”
 
LOC.: A taxa Selic é utilizada pelo Banco Central como um mecanismo para ajuste da inflação e serve de referência para todos os juros cobrados no Brasil.
 

 

Reportagem, Bruna Goularte

Receba nossos conteúdos em primeira mão.