REPÓRTER: A Caixa Econômica Federal anunciou, nesta terça-feira, que as pessoas que ainda estão pagando pela compra de um imóvel financiado pelo banco, vão poder fazer outro contrato com a instituição para adquirir o segundo imóvel. Além disso, a Caixa decidiu elevar de 50 para 70 por cento a cota do financiamento para compra de imóveis usados. Em maio do ano passado, esses valores haviam sido reduzidos de 80 por cento para 50 por cento. De acordo com a instituição, as medidas anunciadas pela presidente Miriam Belchior têm o objetivo de reaquecer o mercado imobiliário. O presidente do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo, Eduardo Reis Araújo, explica que a retomada de valores expressivos no crédito imobiliário fornecido pela Caixa deve influenciar positivamente a economia. No entanto, a ação ainda não é suficiente para reativar o setor de construção civil, afetado pela redução dos valores em 2015. Segundo ele, as pessoas estão endividadas e sem muita segurança para tomar decisões de longo prazo.
SONORA: Eduardo Reis Araújo, Presidente Conselho Regional de Economia do Espírito Santo
“O impacto para a economia é favorável, no sentido de que o setor de Construção Civil já vinha, há algum tempo, ruim. As pessoas, por um lado, têm uma taxa de juros muito elevada, uma perspectiva do cenário econômico futuro também não muito favorável. E com a redução desse limite de financiamento dos imóveis, isso acabou causando uma queda muito grande na atividade de Construção Civil, e o que se observa no país é uma queda no número de empregos. E agora com essa ampliação do crédito, a perspectiva é que as pessoas voltem a financiar mais imóveis e que isso possa servir de alento para esse setor.”
REPÓRTER: Para tornar possíveis os empréstimos, a Caixa Econômica Federal vai contar com recursos adicionais de mais de R$ 16 bilhões. De acordo com o banco, cerca de R$ 7 bilhões vão ser aplicados na linha pró-cotista. Nesta modalidade, os trabalhadores com conta ativa no fundo vão poder financiar 85 por cento do valor de imóveis novos e usados em áreas urbanas com valor até R$ 750 mil reais. O prazo máximo para o financiamento é de 30 anos. As taxas de juros variam 7,85 por cento e 8,85 por cento, ao ano. Além disso, R$ 2,4 bilhões vão ser investidos para financiar a construção de imóveis de até R$ 500 mil.
Reportagem, João Paulo Machado