ECONOMIA: Aumentar produtividade de trabalhadores é desafio para Brasil, diz economista

No debate, foram apresentadas problemas e possíveis soluções para a indústria do país a curto, a médio e a longo prazo

 

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LOC.: Há mais de três décadas que a economia brasileira não consegue aumentar a produtividade média por trabalhador. A afirmação é do economista Fernando Aquino, que participou de um evento promovido pelo Conselho Federal de Economia, em Brasília, e que teve como tema a Política Industrial. Para o economista - que também é presidente do Conselho Regional de Economia de Pernambuco - o dado é preocupante. De acordo com ele, os principais meios de elevar a qualidade de vida dos cidadãos incluem a redução das desigualdades e o esforço de elevar a produtividade de cada trabalhador.

TEC./SONORA: Fernando Aquino, presidente do Conselho Regional de Economia de Pernambuco.

"De 1981 a 2016 não houve aumento da produtividade média no Brasil. Então este é um dado bastante preocupante. Nós estamos a 36 anos sem conseguir elevar a produtividade média, o produto por trabalhador que se produz em média no Brasil."

LOC.: Outro palestrante do evento foi o economista Jackson de Toni, que é coordenador de Planejamento da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial. Segundo o economista, o Brasil já deu passos certos em relação às políticas industriais. Mesmo assim, ele acredita que o país escorregou ao perder o foco da inovação, aumentando a proteção para setores que não contribuem para o desenvolvimento tecnológico do país.  De acordo com Jackson, é preciso tomar algumas medidas para recuperar a produtividade e a eficácia da política industrial brasileira.

TEC./SONORA: Jackson de Toni, coordenador de Planejamento da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial.

"Tem que fazer uma pequena revolução no Estado, as instituições públicas, essa cacofonia de organizações que não se conversam, não se coordenam, não se articulam. O país que tem que ter liderança carismática, um projeto de país que consiga unificar as divergências pontuais e mecanismos, conselhos, redes, colegiados, arenas, onde esses atores possam sentar periodicamente e debater sobre divergências e chegar a conclusões para o futuro."

LOC.: Ainda de acordo com Jackson de Toni, um dos principais desafios da política industrial é o desenvolvimento rumo a alterações estruturais, que possibilitem ao Brasil alcançar os avanços tecnológicos já conquistados por outros países.

Reportagem, Cintia Moreira.

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