DIA DAS MÃES: Vendas devem registrar menor crescimento desde 2004, estima Confederação Nacional do Comércio

Economista da entidade afirma que a alta inflação é uma das principais causas do baixo desempenho de vendas

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REPÓRTER: As vendas do comércio no Dia das Mães neste ano devem registrar o menor crescimento em 11 anos. A estimativa é da Confederação Nacional do Comércio, de Bens, Serviços e Turismo. Segundo a entidade, a data vai movimentar seis bilhões e meio de Reais – aumento de zero vírgula cinco por cento em relação ao ano passado. A alta na inflação e o crédito mais caro vão deixar o consumidor brasileiro mais precavido na hora de escolher o presente para a mãe. Segundo o economista da entidade, Fábio Bentes a data não deve escapar do panorama negativo do comércio registrado nos últimos meses.  
 
SONORA:  Fábio Bentes, economista
 
“Por trás desse enfraquecimento de Dia das Mães, estão os mesmos fatores que têm criado dificuldades para o comércio nos últimos meses. Esses fatores basicamente são três. O primeiro deles é o mercado de trabalho no Brasil que vem perdendo força mês a mês, produzindo números cada vez mais fracos, em alguns casos até negativos. Em segundo lugar, o crédito. O crédito para o consumidor, hoje, está em um nível mais caro. Desde 2011, a taxa de juros cobrada dos consumidores se encontra num nível mais elevado. Em terceiro lugar, a gente tem uma inflação muito alta. Principalmente, a inflação que depende de tarifas públicas.”
 
REPÓRTER: Flávia Palheiras tem uma loja de roupas em Brasília. A comerciante está pessimista em relação ao desempenho neste Dia das Mães.
 
SONORA: Flávia Palheiras, comerciante
 
“A crise abalou muita gente. Por exemplo, eu conheço vários empresários que tiveram que fechar o seu ramo por conta de pagar loja, aluguel, funcionário. Essa crise pegou realmente todo mundo, e a mão de obra está muito cara.”
 
REPÓRTER: O número de contratos temporários para o Dia das Mães também deve ser menor. De acordo com a Confederação Nacional de Comércio, a oferta vai ser de quase 30 mil vagas, neste ano – meio por cento de queda em relação ao desempenho registrado em 2014. O setor de varejo de vestuários deve continuar o primeiro do ranking de vendas, com mais de 50 por cento. Em segundo lugar, a área de utensílios domésticos e eletrônicos, seguida pela de móveis e eletrodomésticos.
 
Reportagem, Sara Rodrigues

 

 

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