BELO HORIZONTE: Descuido no combate ao mosquito da Dengue, Zika e Chikungunya pode ser fatal

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LOC.: O psicólogo Luiz Henrique Abreu mora em União, bairro de classe média de Belo Horizonte, onde, segundo ele mesmo, a coleta de lixo é regular e os moradores procuram tomar os cuidados necessários para impedir a proliferação do mosquito que transmite Dengue, Chikungunya e Zika. Mas isso não impediu que ele fosse uma das 43 vítimas da Chikungunya na capital mineira no ano passado. É que ao lado do prédio onde Luiz Henrique Mora, havia uma obra com água acumulada embaixo das lajes, que ninguém conseguia ver. Ele tem certeza que o mosquito que o picou veio dessa obra. Ou seja, um simples descuido fez com que Luiz Henrique passasse os piores meses da sua vida, em que ele pensou que iria morrer ou ficar inválido.


TEC./SONORA: Luiz Henrique Abreu, pscicólogo

“As dores, geralmente, apareciam à noite. Eu dormia com os sintomas, o corpo muito duro, todo enrijecido, todo doído, com dificuldade para andar...aí, quando era pra duas e meia , três horas da manhã, eu acordava com uma dor absurda nas mãos, nos dedos das mãos...mas assim, dor indescritível, coisa que eu nunca tinha sentido antes, mas assim desesperadora, e eu tinha que levantar, porque quando eu andava dentro de casa, a dor amenizava um pouco, junto com os remédios que eu tomava.”

LOC.: Além das dores, foram pelo menos cinco meses de coceiras e manchas pelo corpo e febre de trinta e nove graus. Luiz Henrique teve que parar de trabalhar, pois não conseguia ficar sentado no consultório de psicologia, ouvindo o que os pacientes diziam. Parou também de fazer as caminhadas e os consertos em instalações elétricas, que tanto gosta. Até hoje tem sequelas da Chikungunya, mas adquiriu uma certeza em relação ao mosquito que transmite a doença.

TEC./SONORA: Luiz Henrique Abreu, pscicólogo

"Eu penso que o cuidado, por mais que seja, é pouco. Porque a gente sabe, a gente tem visto que é um mosquitinho, mas ele está matando, e ela mata ou pode debilitar a pessoa pro resto da vida, e tirar a pessoa de cena. Então, eu acho que o cuidado, a prevenção, pelo o que a gente vê, é a única coisa que a gente tem que fazer realmente. É usar repelente, cuidar dos quintas, evitar mesmo o lixo..."

LOC.: José Cerbino, vice-diretor de Serviços Clínicos do Instituto Nacional de Infectologia da Fiocruz, explica quais são as diferenças entre a Chikungunya e os outros vírus transmitidos pelo mesmo mosquito.

TEC./SONORA: José Cerbino, vice-diretor de Serviços Clínicos do Instituto Nacional de Infectologia da Fiocruz

“O vírus da Chikungunya é um vírus um pouquinho diferente dos outros dois, ele é de uma família diferente, não é um flavivirus. Mas é um vírus muito semelhante e também é transmito pelo mosquito. Então, de novo: ele acontece no mesmo período, nos mesmos locais onde vai acontecer a Zika e a dengue. A principal característica da Chikungunya é a dor articular, a dor nas juntas. A palavra Chikungunya é uma palavra africana que quer dizer ‘andar recurvado’. E esse andar recurvado é por causa da dor que a pessoa que tem a doença sente. Então é uma doença que também dá febre, que também pode dar manchas pelo corpo, e tem como principal característica a dor e o inchaço nas juntas. Nas mãos, nos pés, nos joelhos. Essa é a principal característica dela.”

LOC.: Para saber mais sobre a Chikungunya, Dengue e Zika acesse a página do Ministério da Saúde: saude.gov.brt/combateaedes. 
 

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