BAHIA: Cerca de duas mil pessoas foram intoxicadas por remédios sem prescrição em 2014, no estado

Em Salvador, Conselho Federal de Farmácia e Associação Brasileira de Educação Farmacêutica realizam congresso para discutir a formação do profissional para atendimento à população nos balcões das drogarias   

SalvarSalvar imagem
SalvarSalvar imagem

 

 

REPÓRTER: Em 2014, cerca de duas mil pessoas foram intoxicadas por tomar remédio sem a indicação de um profissional, apenas na Bahia. A informação é do Centro de Informações Antiveneno, o Ciave. A automedicação é uma prática comum entre os brasileiros e o mal uso de remédios pode causar efeitos colaterais que podem levar à morte. A intoxicação pode ser evitada se o paciente passar a ter o hábito de procurar a ajuda de um profissional como o farmacêutico, que pode inclusive, receitar remédios livres de prescrição médica como os analgésicos e antiinflamatórios. Sem orientação na hora de consumir medicamentos, uma pessoa coloca a saúde em risco como explica a farmacêutica soteropolitana, Carine Lopes.

SONORA: Carine Lopes, farmacêutica

“Os riscos são enormes. Vai desde interação com outros medicamentos, com o álcool, que acha “ah, eu vou parar hoje e amanhã eu bebo,” que ele pode estar usando uma dose maior. Porque tem muito paciente que acha que duplicando dose o feito é maior. Engano, né? Ele pode ter intoxicação por causa disso.”

 

REPÓRTER: No ano passado, uma Lei passou a valer para estimular a prescrição de remédios por farmacêuticos. Além disso, o texto da Lei prevê que as farmácias e drogarias passem a ser unidades de assistência à saúde em todo o país. A professora da Universidade do Estado da Bahia, a UNEB, Patrícia Sodré, acredita que, a norma é importante porque as farmácias vão poder agir como centros de promoção a saúde aumentando a qualidade de vida da população.

 

SONORA: Patrícia Sodré, professora de farmácia (UNEB)

“A Lei, eu acho que ela foi muito feliz, no sentido de emancipar as farmácias para a gente começar a construir um modelo que não seja tão comercializável, como é hoje esse cenário.”

 

REPÓRTER: Segundo o Conselho Federal de Farmácia, 451 cursos de Farmácia formam cerca de 20 mil farmacêuticos por ano, em todo país. O Conselho Federal de Farmácia espera que as faculdades façam ajustes necessários nos currículos, para o aluno ter mais conhecimento na hora de atender a população nos balcões das drogarias como prevê a nova Lei. A moradora da Vila Laura, em Salvador, Débora Almeida, é estudante de Farmácia na UNEB e espera que os professores sejam capazes de capacitá-la para atender a população de forma segura.

 

SONORA: Débora Almeida, aluna de farmácia (UNEB)

“Eu acho que ainda precisa de um enfoque maior na área clínica. Eu acho que para prescrever, de fato, só essas disciplinas que nós temos hoje não sejam de suporte suficiente. Até porque, o nosso curso, é um curso generalista. Então a gente sai tendo um pouquinho de noção de cada área. Então eu creio que, para dar o suporte para prescrever, ainda precisa de um enfoque maior para a área clínica.”

 

REPÓRTER: Com o objetivo de melhorar o currículo dos cursos de Farmácia e debater a Lei que transforma as drogarias em unidades de assistência à Saúde, o Conselho Federal de Farmácia e a Associação Brasileira de Educação Farmacêutica, a Abef, realizam em Salvador, o Congresso Brasileiro de Educação Farmacêutica, entre os dias 10 e 12 de junho. O congresso vai reunir diretores de universidades, professores, alunos e profissionais da Farmácia, de todo o país. O presidente do Conselho Federal de Farmácia, Walter Jorge, espera que, o congresso contribua para melhorar o ensino nas faculdades. Ele lembra que, os farmacêuticos necessitam de melhor formação, já que, lidar com remédios necessita de muita responsabilidade para não colocar a saúde dos pacientes em risco.

 

SONORA: Walter Jorge, presidente do CFF

“A nossa expectativa é essa: de uma formação profissional mais consistente, discutir a questão da qualidade dos cursos de farmácia em todo o país, se todos esses cursos estão realmente adequados para atender essas diretrizes e a exigência de novas propostas que possam vir a surgir.”

 

REPÓRTER: A diretora de educação da Abef, Ester Sakamoto, conta que, o congresso vai reunir em Salvador todos os segmentos da Farmácia brasileira.

 

SONORA: Ester Sakamoto, diretora de educação da ABEF

“A expectativa que a gente tem é de reunir todos os segmentos envolvidos na discussão da educação farmacêutica. Sejam eles professores, profissionais e estudantes, tanto de graduação quanto da pós-graduação e os atores importantes discussão da definição da política de educação nacional.”

 

REPÓRTER: O Congresso Brasileiro de Educação Farmacêutica começa nesta quarta e vai até sexta-feira, no Bahia Othon Place, na Avenida Oceânica em Salvador. Para mais informações, basta acessar na internet o site do Conselho Federal de Farmácia. O endereço eletrônico é owww.cff.org.br.

 

Receba nossos conteúdos em primeira mão.