AJUSTE FISCAL: Dívida pública é o maior problema da economia brasileira, diz auditora

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REPÓRTER: A dívida pública cresceu, somente no ano passado, R$ 732 bilhões, de acordo com o Movimento Auditoria Cidadã da Dívida. O dado foi apresentado durante evento que discutiu a crise fiscal, organizado pelo Conselho Federal de Economia, o Cofecon, e outras entidades. A coordenadora do movimento, Maria Lúcia Fattorelli, afirmou que o crescimento expressivo da dívida não trouxe compensação ao país. Segundo ela, os gastos com juros da dívida pública são o principal problema da economia brasileira. Para a auditora, a situação pode piorar, por conta de um projeto de Lei complementar, o PLP 257, de 2016. A proposta que tramita no Congresso Nacional, de acordo com Maria Lúcia, impõe um rigoroso ajuste fiscal, com privatizações, reforma da Previdência nos estados, congelamento de salários e corte de dezenas de direitos sociais.
 
SONORA: Maria Lúcia Fattorelli, coordenadora do movimento auditoria cidadã da divida
 
Tem um artigo que modifica um dispositivo lá da Lei de responsabilidade fiscal. A União passa a ter a obrigação – na exposição de motivos, eles [parlamentares] falam  – de fazer os seguros que o setor privado não se interessa em fazer.”
 
REPÓRTER: Além disso, Maria Lúcia Fattorelli considera que o projeto poderia transformar a União em uma seguradora internacional para investimentos de empresas nacionais ou multinacionais no exterior.
 
SONORA: Maria Lúcia Fattorelli, coordenadora do movimento auditoria cidadã da divida 
 
“Então, a União vai segurar investimentos no Brasil e no exterior feitos por empresas nacionais, multinacionais e até por agências internacionais. Ora, como que vai garantir isso? Gerando dívida pública. Virou uma farra, gente.”
 
REPÓRTER: O evento que discutiu a crise fiscal no país foi organizado pelo Cofecon, ao lado do Conselho Regional, o Corecon-DF, e do Sindicato dos Economistas do Distrito Federal. Também participaram do debate, o ex-presidente do Cofecon, José Luis Pagnussat, e o economista Roberto Piscitelli, conselheiro do Corecon-DF. O coordenador da Comissão de Política Econômica do Cofecon, Róridan Duarte, mediou as discussões.

 

Reportagem, João Paulo Machado

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