VIOLÊNCIA: Uma pessoa é assassinada a cada dez minutos, no Brasil, segundo Ministério da Justiça

VIOLÊNCIA: Uma pessoa é assassinada a cada dez minutos, no Brasil, segundo Ministério da Justiça

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Tempo de áudio - 3min29seg

REPÓRTER: Uma pessoa é assassinada a cada dez minutos no Brasil. São quase seis por hora. Os dados são de 2013 e foram apresentados na oitava edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Apenas no ano passado, 50 mil 806 pessoas foram assassinadas. O sociólogo Antônio Flávio Testa considera preocupantes os dados em relação a assassinatos e estupros.

SONORA: sociólogo, Antônio Flávio Testa

"Os números de homicídios e de estupros chamaram muita atenção. Os números são alarmantes. São 53.647 mortes violentas em 2013. E me chama muita atenção a quantidade de estupros, são 50.320. Só que apenas 30% dos casos são registrados, é de se estimar que seja pelo menos três vezes mais. Então, a situação realmente, no Brasil, do ponto de vista da violência contra a vida e a violência sexual são dois fatores que chamam muito a atenção. O Brasil vive um estado quase que de guerra civil. Mas uma guerra civil diferente, é uma guerra do estado contra o crime organizado."

REPÓRTER: Alagoas teve a mais alta taxa de homicídios no país, com 64,7 vítimas a cada 100 mil pessoas. A Bahia foi o estado com o maior número de mortos, mais de cinco mil e quatrocentos. São Paulo tem a menor taxa de vítimas a cada grupo de 100 mil pessoas: 10,8. Em números absolutos, o estado reduziu o total de vítimas de homicídio doloso, aquele em que há a intenção de matar: eles caíram de pouco mais de cinco mil em 2012 para cerca de quatro mil e 700 no ano passado. Mas no Brasil, existem pessoas que estão se empenhando para reduzir esses números. Em São Paulo, por exemplo, surgiu a iniciativa da organização não governamental Associação pela Paz e Estudos da Violência, a APEV, que estuda a violência no país. As conclusões dos estudos são apresentadas em congressos para ajudar o governo a formular políticas públicas. De acordo com o presidente da APEV, José Carlos Zeppellini, nesses dez anos de ONG, a associação percebeu que faltam políticas de prevenção da violência em todo o Brasil.

SONORA: presidente da ONG APEV, José Carlos Zeppellini

"Falta uma política de prevenção da violência. Porque o que se vê hoje é mais uma política de repressão. O estado deveria garantir, propiciar para os cidadãos, uma condição mínima que ele tem direito a ter de se auto conservar, que implica em que: saúde, educação, moradia."

REPÓRTER: O levantamento sobre a quantidade anual de assassinatos no país foi feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e os números de homicídios do Anuário Brasileiro de Segurança Pública vêm do Sinesp, sistema do Ministério da Justiça que reúne dados dos estados.

Reportagem, Aline Reis

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