JUAZEIRO (BA): Mosquitos Transgênicos reduzem população do Aedes em 80%

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REPÓRTER: Os mosquitos Aedes aegyptis transgênicos, já reduziram a população do inseto natural em mais de oitenta por cento em Juazeiro. Os bichos foram produzidos em um laboratório da cidade e soltos no distrito de Mandacaru e em parte do bairro de Itaberaba. Isso foi feito entre 2013 e o ano passado, para testar a eficácia no controle de infestação do inseto. Durante esse período, vinte milhões de mosquitos geneticamente modificados foram liberados, uma média 500 mil insetos por semana. Juazeiro foi o primeiro município a passar pelos testes.  A tecnologia pertence à empresa britânica Oxitec e em Juazeiro e Jacobina, o trabalho é coordenado pela Moscamed, organização social sem fins lucrativos em parceria com a universidade de São Paulo, a USP. A sede Moscamed fica em Juazeiro, o que possibilita o monitoramento. A pesquisadora da Moscamed, Michelle Pedrosa, explica como o projeto funciona na prática.

SONORA: pesquisadora da Moscamed, Michelle Pedrosa.

“A gente passa nas rotas pré-determinadas em que a gente libera a quantidades específicas de mosquitos em cada rua do bairro. Nosso pessoal passa com o carro e vai abrindo para os mosquitos saírem”.

 

REPÓRTER: Os recursos para custear o pacote tecnológico, a produção dos mosquitos, a compra de material de insumo, de armadilhas e gastos com transporte, monitoramento das áreas tratadas e com a divulgação dos testes, foram mantidos pela Secretaria Estadual de Saúde. O valor foi de um milhão e duzentos mil reais ao ano. Os testes passaram pela aprovação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, a CTNBio, mas a utilização de insetos transgênicos ainda não foi regulamentada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa.  O órgão informa que considera a tecnologia inovadora, mas encontra dificuldades pela especificidade do produto em relação aos já regulados até hoje. A agência garante que o mosquito transgênico está sendo analisado com prioridade. A pesquisadora falou dos métodos de produção do mosquito, que é mais uma alternativa na eliminação do inseto.

 

SONORA: pesquisadora da Moscamed, Michelle Pedrosa.

 “A gente produz o mosquito aqui em Juazeiro, nossa equipe recebe esse material condiciona em potes específicos e aguarda por dois a três dias, esses mosquitos tornarem adultos”.

 REPÓRTER: De acordo com a coordenadora do projeto, a Moscamed cria mosquitos estéreis por meio de uma tecnologia semelhante à da Oxitec. Por falta de recursos, os insetos foram testados, mas em pequena escala. O Aedes natural transmite dengue, chikungunya e zika. Para saber mais acesse:combateaedes.saude.gov.br

Reportagem, Ana Paula Oliveira

 

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