LOC.: Nesta semana, em uma audiência pública da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, especialistas defenderam mudanças na lei para facilitar a retirada de jogos na internet que parecem brincadeiras, mas podem até matar, como por exemplo, o jogo da Baleia Azul. Eles também discutiram a responsabilização civil e criminal dos produtores. De acordo com o Instituto DimiCuida, que atua na conscientização de pais, alunos e professores de escolas, só o jogo da Baleia Azul é assunto de 15 mil e 500 vídeos. Outros 17 mil são sobre o jogo da cola nos lábios. Há, ainda, 4 mil vídeos sobre o desafio do desmaio, outra variante da asfixia. Este instituto foi fundado por Demétrio Jereissati, que teve um filho de 16 anos morto em consequência do desafio do desmaio. Ele defende filtros na internet para impedir a propagação desses vídeos, que estimulam os jovens a arriscar suas vidas.
TEC./SONORA: Demétrio Jereissati, fundador do Instituto DimiCuida.
"É um alerta a um mundo que está entrando em nossas casas sem pedir licença e alcançando nossos filhos de dois, três, quatro anos e daí para a frente. Existem vários desafios aparentemente inofensivos que estão levando jovens a perder a vida ou ficar com sequelas igualmente graves".
LOC.: De acordo com o advogado Rony Vainzof, é preciso que ocorra mudanças no Marco Civil da Internet para facilitar a remoção desses vídeos da rede, desde que isso não seja confundido com censura à internet.
TEC./SONORA: Rony Vainzof, advogado.
"O bem jurídico que nós estamos buscando proteger aqui é a vida. Nós não estamos falando aqui de censura. Não estamos falando de impedir a liberdade de expressão. Nós não estamos falando aqui em demonizar a internet ou demonizar as aplicações de internet. Nós estamos aqui para proteger a vida".
LOC.: Na Câmara dos Deputados tramitam, em conjunto, nove projetos sobre o assunto.
Com colaboração da Rádio Câmara. Reportagem, Cintia Moreira.
