A região Norte do país pode precisar de mais de 80 mil novos profissionais de nível técnico para atender as indústrias locais, nos próximos quatro anos. A previsão está no Mapa do Trabalho Industrial 2017-2020, do Senai.
No estado do Tocantins, por exemplo, a atividade industrial é responsável por mais de 30 mil empregos diretos. As indústrias dos setores da construção civil e mobiliárias são responsáveis por 47 por cento da atividade industrial no estado. A indústria de alimentos é responsável por 14 por cento da produção tocantinense. O nível de utilização da capacidade industrial das empresas instaladas no Tocantins passou de 58 para 66 por cento, nos primeiros seis meses do ano, de acordo com a Federação das Indústrias do Estado do
Tocantins.
Mas, para o crescimento industrial não ser prejudicado no estado por causa da possível falta de mão-de-obra qualificada é necessário que os estudantes tenham acesso a cursos técnicos, como explica o deputado Federal, Irajá Abreu, do PSD tocantinense.
“O governo precisa estimular os estudantes do Ensino Médio para que eles possam fazer, de forma paralela, a sua obrigação que é cursar o Ensino Médio, e nos horários vagos, no período em que ele estiver disponível, ele possa fazer uma profissão durante um ou dois anos que é o período que compreende o ensino técnico.”
Em todo país, o déficit de profissionais qualificados para ocupação das vagas técnicas nas indústrias pode ser superior a 13 milhões, até 2020.
As áreas que terão maior necessidade de profissionais qualificados são: programador de produção, técnico em eletrônica, eletrotécnica, segurança do trabalho e informática.
O deputado Irajá Abreu lembra que as indústrias que estão chegando ao Tocantins já estão com dificuldades para encontrar nas cidades do estado profissionais capacitados para o preenchimento de vagas essenciais para a produção das empresas.
“Várias empresas estão se instalando no estado. Inclusive, multinacionais que estão se instalando no estado. E a gente percebe que eles têm uma dificuldade enorme de poder preencher essas vagas com a mão de obra qualificada local. E nós precisamos de ações agora, no curto prazo, para estimular o preenchimento dessas vagas. Não adianta as oportunidades surgirem se a gente não tiver mão de obra qualificada para ocupar esses postos de trabalho.”
No Tocantins, a indústria de alimentos cresceu quase 30 por cento nos últimos dois trimestres, a metalurgia teve alta de quase dois por cento e a indústria de móveis quase quatro por cento. As profissões que garantem os melhores salários no país são as de técnico em mineração, de manutenção eletromecânica e operadores de equipamentos em indústrias químicas e petrolíferas. Os salários médios podem ultrapassar os seis mil reais.
De Brasília, Cristiano Carlos
