Data de publicação: 26 de Setembro de 2016, 12:42h
REPÓRTER: O presidente Michel Temer e o ministro da Educação, Mendonça Filho, anunciaram na semana passada a Medida Provisória número 746, que trata da reformulação do ensino médio no Brasil. Entre as alterações propostas pelo governo, está o aumento gradativo de horas-aula para o ensino médio até atingir mil e 400 horas por ano. A medida, que tornará o ensino médio integral, foi questionada por educadores e especialistas. Para o presidente da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino, Roberto Dornas, a proposta é inviável para aqueles alunos que só conseguem ir à escola no período noturno. A Confenen sugere um outro modelo para esse tipo de estudante: menos horas-aula por ano e aumento de um ano letivo. Assim, os alunos do noturno estudariam quatro anos em vez de três.
SONORA: Roberto Dornas, presidente da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino
“O aluno do turno da noite, de modo geral, é mais velho. Ele já saiu da faixa etária e já está engajado no mercado de trabalho. Esse sim deve ter um alongamento: em vez de três, quatro anos. E um outro processo de medir a carga horária, porque é impossível a ele assistir mais de três aulas por dia, mais de três horas de aula, sob pena de prejudicar o sono e a saúde. Então, ele merece um tratamento especial."
REPÓRTER: Na avaliação de Roberto Dornas, o período integral impõe uma limitação aos alunos, uma vez que engessa o dia dos estudantes, que podem usar o período em que não estão na escola para outras atividades e ocupações.
SONORA: Roberto Dornas, presidente da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino
“Ele pode fazer um curso preparatório. Ele pode cuidar da vida dele, porque é uma fase e uma idade em que ele precisa disso também. Ele pode, inclusive, arrumar alguma renda para a manutenção e alívio da família. Não há como prender esse aluno o tempo todo na escola, se não vai melhorar coisa alguma”.
REPÓRTER: De acordo com a Medida Provisória, o currículo do ensino médio será o mesmo em todo o país, definido pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O ensino de artes e de educação física passa a ser obrigatório apenas no ensino infantil e fundamental. O inglês será idioma obrigatório nas escolas a partir do sexto ano.
Reportagem, Bruna Goularte
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