ECONOMIA: Alugar ainda é mais vantajoso do que comprar imóvel, diz economista

Economista acredita que, do ponto de vista econômico, vale mais apenas alugar um imóvel, do que comprar

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REPÓRTER: O avanço do Índice Geral de Preços-Mercado, IGP-M, usado para reajustar a maioria dos contratos de aluguel no Brasil, cedeu na passagem de setembro para o outubro.

De acordo com a Fundação Getúlio Vargas, com a queda na inflação dos itens agropecuários, o índice foi de 0,20 por cento em setembro, para 0,16 por cento em outubro. Essa é a menor taxa para o período, desde o ano de 2012, quando o indicador teve alta de 0,02 por cento.

Na avaliação do economista Eduardo Reis Araújo, presidente do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo, o índice ainda está longe do ideal, mesmo tendo apresentado leve melhora em outubro. Apesar disso, Eduardo Reis considera que, do ponto de vista econômico, vale mais apenas alugar um imóvel, do que comprar.

SONORA: Eduardo Reis Araújo, presidente do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo
“Do ponto de vista financeiro, até para quem tem um recurso financeiro disponível, e tem que decidir entre adquirir um imóvel e locar, se a pessoa pega o dinheiro disponível e aplica no mercado – com as taxas de juros que nós temos hoje, que estão em torno de 14 por cento, ele certamente vai ter uma rentabilidade que será suficiente para poder pagar o aluguel de um imóvel na mesma condição, que ele teria se fosse desembolsar o recurso para comprar o imóvel. E ainda sobraria.”

REPÓRTER: Para calcular o IGP-M, três indicadores da economia são levados em consideração: o Índice de Preços ao Produtor Amplo, o Índice de Preços ao Consumidor e o Índice Nacional de Custo da Construção.
De acordo com a FGV, em outubro, o que mais contribuiu para a redução da inflação do IPG-M foram as alterações dos preços dos produtores. O economista Eduardo Reis Araújo explica um dos motivos para a queda nos preços do produtor amplo.

SONORA: Eduardo Reis Araújo, presidente do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo
“Isso tem uma explicação. Uma delas está relacionada à questão climática que acaba contribuindo já que, há alguns meses atrás, acabamos sofrendo muito com problemas de chuva, com o fenômeno El Niño, que acabou afetando, também, a inflação. Então a gente passa, agora, a contar com um impacto menor desses elementos, o que faz com que a gente tenha alcançado essa redução do IGP-M”.

REPÓRTER: Além de ser utilizado para reajustar a maioria dos contratos de aluguel, o IGP-M também é utilizado como indexador de algumas tarifas, como a de energia elétrica e a de alguns contratos do mercado financeiro. A fundação Getúlio Vargas calcula o indicador com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.

Reportagem, Bruna Goularte
 

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