Data de publicação: 24 de Junho de 2021, 04:50h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:33h
Como estamos agora em tempos de jogos da seleção, disputando uma vaga para o Mundial do Catar e da Copa América, eu resolvi lembrar um momento muito marcante não somente para mim mas para milhões de brasileiros. Foi a conquista do tetracampeonato conquistado pela seleção nos Estados Unidos na Copa de 1984.
O meu livro de cabeceira se chama Diante da Dor dos Outros, da ensaísta americana Susan Sontag. E a Sontag aborda um tema muito peculiar, o que sente um fotógrafo diante da emoção alheia, um fotógrafo que tem a função de captar a alma das pessoas que estão à sua frente.
Estamos então, no final da Copa de 94 no estádio em Los Angeles, à minha esquerda o Taffarel, goleiro da seleção brasileira e a minha direita o Baggio, grande atacante italiano. Cada um com uma sensação sentimental. Taffarel com a esperança de pegar o pênalti do Baggio, o Baggio com a sensação de fazer o gol no Taffarel. O Baggio com medo de perder o pênalti e o Taffarel com medo de não pegar o pênalti.
E eu ali com medo de não fazerem uma coisa nem outra, nem o chute e nem a defesa. O certo é que chegou o momento decisivo, não somente para o Taffarel e para o Baggio, mas também para mim, fotógrafo, que vivo de registrar momentos. E é incrível como um fotógrafo valoriza o som, é um valor agregado que ele usa para decidir o click. E quando eu ouvi o chute do Baggio, eu disparei minha câmera.
Quer saber o desfecho da história? Escute o podcast Orlando Brito, A Foto.