Brasil pode ser "potência no setor" de urânio, avalia diretor do Serviço Geológico do Brasil

Responsável pela área de Geologia e Recursos Minerais da empresa, Marcio Remédio apresentou programa que vai avaliar potencial de exploração do mineral no País e buscar novos investimentos

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O Brasil pode se tornar uma potência no setor de urânio. A afirmação foi dada pelo diretor de Geologia e Recursos Minerais do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), Marcio Remédio, durante o Nuclear Trade & Technology Exchange (NT2E), evento coordenado pela Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN).

“O fato de contar com poucas áreas mapeadas e um vazio de informações faz com que o país seja praticamente inexplorado para o setor de Urânio”, avaliou Remédio. 

Ele disse que o mercado mundial tem crescido cada vez mais e as empresas e países estão à procura de novas matrizes energéticas alternativas, o que coloca a temática como de suma importância para o Brasil. 

Na ocasião, o diretor de geologia do SGB-CPRM –  empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia – apresentou o Programa Urânio do Brasil.

Nos próximos 10 anos, o programa tem o objetivo de buscar novos investimentos para explorar regiões em busca de grandes depósitos. 

"O programa tende a fazer uma avaliação do potencial de exploração do mineral, delimitar as principais áreas da exploração e estimular a mesma com dados assertivos e reduzindo riscos da exploração", concluiu Remédio.

O programa foi desenvolvido pela Divisão de Geologia Econômica, liderada pelo pesquisador Felipe Mattos Tavares, por meio do uso de técnicas de modelamento de potencial mineral em escala continental e uso de machine learning. 

Urânio no Brasil

Depois de cinco anos, país retomou, em dezembro de 2020, a produção de urânio – utilizado, no Brasil, para a produção de energia, dentro de usinas nucleares, e para a propulsão nuclear de submarinos. A retomada simbólica ocorreu em cerimônia na Unidade de Concentração de Urânio das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), no município de Caetité (BA). 

Durante o evento, foi feita uma detonação, simbolizando o início da lavra a céu aberto na Mina do Engenho.

Mina do Engenho, em Caetité (BA): a única mineração de urânio em atividade no país. Foto: Divulgação/Indústrias Nucleares do Brasil (INB).

Segundo o Ministério de Minas e Energia, numa primeira etapa, a nova unidade tem capacidade para produzir 260 toneladas de concentrado de urânio por ano. Mas a expectativa é que, até 2025, esteja produzindo 1.400 toneladas de concentrado de urânio; e, até 2030, 2.400 toneladas anualmente, pois existe o planejamento de entrada de outra mina em operação, em Santa Quitéria, no Ceará.

“Essa retomada é a primeira fase para consolidar a nossa proposta de tornar o Brasil autossuficiente e um exportador de urânio”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque na ocasião.

Ainda segundo o Ministério de Minas e Energia, a produção do urânio no país começou em 1982, com a produção e extração em uma mina em Poços de Caldas, em Minas Gerais. Durou 13 anos, da ordem de 1.200 toneladas, e abasteceu a Usina de Angra 1. A produção foi interrompida porque exauriu a reserva do metal. Ela foi retomada, em 2000, em Caetité, na Bahia. Em 2015, foi novamente paralisada, também porque a reserva se exauriu.


Com informações da ASSCOM/SGB/CPRM e do Ministério de Minas e Energia
 

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