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Por Cristiano Carlos
A população espera que o país possa caminhar rumo ao crescimento econômico e à geração de empregos, a partir do próximo ano. Para isso, os governantes eleitos, em 2018, vão precisar adotar medidas capazes de fortalecer os setores produtivos, como as indústrias e empresas, com investimentos em inovação tecnológica e na capacitação dos trabalhadores.
A modernização precisa ser estimulada como forma de tornar as indústrias brasileiras competitivas no mercado internacional e, sendo assim, provedoras de renda e empregos nos estados.
Nesse sentido, entidades e especialistas defendem o fortalecimento da engenharia, profissão central nos processos de desenvolvimento do país. São os engenheiros que exercem o notável dever da inovação tecnológica e científica, criam e executam obras, serviços, máquinas, peças, sistemas elétricos, de telecomunicações e de dados, entre outras infinidades de atribuições - “Quando todos os conhecimentos da área de engenharia se unem e se tornam fortes, é essa fortaleza que faz com que o país se desenvolva” - opina o especialista em Engenharia da Universidade Federal do Pará (UFPA), Newton Soeiro.
Ensino Superior
As instituições públicas e privadas de educação superior registraram expressivo aumento no número de matrículas nos cursos de engenharia, em todos os estados. As universidades públicas tiveram aumento de 128% nas matrículas e a adesão aos cursos de engenharia nas faculdades particulares saltou em 395%, entre os anos de 2005 e 2015.
No entanto, o número de alunos que terminam o curso de engenharia é baixo por conta da evasão. Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, o INEP, publicados pelo Ministério da Educação, mostram que 21,2 mil alunos fizeram matrículas em 103 cursos de engenharias oferecidos por instituições públicas e particulares de ensino superior no Pará, em 2017. Deste total, apenas pouco mais de 7,5 mil alunos paraenses ingressaram nos cursos e quase 4,2 mil desistiram da graduação antes da formatura. Os alunos formandos foram apenas 2,3 mil.
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Além disso, a baixa preparação dos estudantes do Ensino Médio regular nas as ciências exatas, como matemática e física, pode ser fator influenciador da alta evasão nos cursos de engenharias. “Hoje, percebemos que as escolas públicas estão em uma situação grave. Não tem como você formar um bom engenheiro se ele não tem a base”, avalia Newton Soeiro.
Apagão
No estado do Pará, pouco mais de 3,5 mil engenheiros estavam empregados, em 2012, de acordo com estudo publicado pelo Instituto de Pesquisas Aplicadas, o IPEA. A projeção do instituto é de que o estado deva empregar quase 6 mil engenheiros, em 2023. O número representa apenas 13% dos profissionais registrados atualmente no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, o Crea, do Pará, que é de pouco mais de 45 mil profissionais.
O problema é que o Brasil tem cerca de cinco engenheiros formados para cada grupo de 10 mil habitantes, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O número é baixo se comparado com países desenvolvidos, que têm cerca de 20 profissionais para cada grupo de 10 mil habitantes, ou seja, a quantidade de engenheiros brasileiros é quatro vezes menor em comparação com a média proporcional da Finlândia, país europeu com cerca de seis milhões de pessoas, mesmo número de habitantes da cidade do Rio de Janeiro, por exemplo.
Os dados da entidade revelam ainda que o Brasil tem escassez de doutores e mestres de engenharia. “A gente tem de quatro a seis vezes menos doutores em engenharia do que nos países europeus e cerca de um terço do registrado nos Estados Unidos”, alerta a Diretora de Inovação da CNI e Superintendente Nacional do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Gianna Sagazio.
Futuro
O engenheiro brasileiro precisa contar com cursos modernos capazes de preparar os profissionais de acordo com as inovações tecnológicas. As escolas superiores devem também treinar os estudantes das engenharias para resolução de problemas, elaboração de planejamentos de gestão, de empreendedorismo, de gerenciamento de crises e incertezas, com pensamento crítico e estruturado. Essas sugestões estão no estudo “Ensino de engenharia: fortalecimento e modernização”, que compõe uma série de 43 documentos entregues pela CNI aos candidatos à presidência da República, para as Eleições de 2018.
Além disso, a CNI sugere a ampliação e a integração dos cursos de engenharias com o setor produtivo; a adoção do modelo híbrido de ensino com uso da tecnologia digital; aprimoração das avaliações dos programas educacionais do ensino de engenharia; o incentivo e direcionamento dos engenheiros aos cursos de mostrados; capacitação e estruturação de programas de premiação aos docentes, que atuem com esforços para a cooperação entre universidades e setor produtivo - “Não cabe mais a gente continuar com o ensino de engenharia nas universidades da forma como ele era dado há 30, 40 anos. Se não tivermos engenheiros e engenheiras preparados para os impactos, que nós já estamos vivendo, não conseguiremos ser um país competitivo” - conclui Sagazio.
Propostas da Indústria
As propostas da indústria para as eleições 2018 foram elaboradas com dados do Mapa Estratégico da Indústria 2018-2022, que aponta as ações necessárias para o crescimento econômico do país, nos próximos quatro anos.
O estudo da CNI traz sugestões nas áreas de infraestrutura, meio ambiente, segurança pública, eficiência do estado, segurança jurídica, financiamento e inovação, entre outros.
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