Aluno do SENAI Roberto Simonsen, no Brás, é finalista em competição de educação

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Divulgação internet

 

Por Camila Costa

Arthur Souza de Almeida, 20 anos, terá uma tarefa difícil pela frente. Finalista por uma vaga na WorldSkills, a maior competição mundial de profissões técnicas, Arthur quer garantir a passagem para a Rússia, onde será o evento, e trazer a quarta medalha em Polimecânica e Automação, modalidade que defenderá no desafio. A competição será em agosto, no Centro Internacional de Exposições KAZAN EXPO em Kazan. São Paulo trouxe o ouro para o Brasil em Polimecânica e Automação nas três últimas edições, que ocorreram na Alemanha, no Brasil e, a última, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, no ano passado. Apesar da pressão, Arthur está confiante e ansioso para maior disputa da vida dele até agora.

Parte da confiança vem do apoio que o jovem está recebendo. Tanto o amigo que o indicou para as olimpíadas como o professor técnico de Arthur já foram medalhistas nas competições que envolvem a WorldSkills. “Acredito que preparado a gente nunca está porque há sempre um outro nível, mas estou com expectativa boa. Já fomos três vezes seguidas campeões mundiais na minha modalidade e só estou em busca do quarto. Espero que dê tudo certo, se eu continuar com todo apoio e treinamento dado até agora, acredito que é possível trazer o quarto mundial para o Brasil’, avalia o estudante.

Chegar até aqui não foi fácil. Durante um ano, ele precisou conciliar o curso técnico e os treinamentos para as etapas regionais e nacionais da Olimpíada do Conhecimento. Ele conta que entrava no treinamento às 7h, ficava até às 18h30 e, dez minutos depois, começava o curso técnico. Quando o curso terminou, o treinamento estendia até 23h, horário que o jovem deixava a unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) Roberto Simonsen, na região do Brás. “Desde o início já entrei com o objetivo de chegar no mundial. Sempre foi meu objetivo e acredito que de todos os outros competidores, porque acho que ninguém entra para perder. Mas se eu falar que foi fácil, que não houve momentos que a gente pensa em abrir mão, vou estar mentindo, mas a vontade de chegar no topo do pódio é maior do que qualquer coisa”, observa Arthur.

Na fase do mundial, na Worldskills, o projeto que os 57 participantes do SENAI de diversos estados do país terão que desenvolver é surpresa. Há um desafio e ele precisa ser cumprido em quatro dias, em um prazo de no máximo 22 horas, a depender da profissão. Ao fim desse tempo, os projetos são avaliados e os resultados, anunciados. Arthur e os outros participantes brasileiros chegarão em Brasília em 14 de janeiro para treinarem pela última vez antes mundial.

Quando questionado sobre as expectativas, Arthur não esconde a vontade de estar na seleção brasileira para a WorldSkills e de levar a medalha de ouro. No entanto, já contabiliza outros ganhos com a experiência. “De certa forma, muitas coisas foram atribuídas para meu profissional e até para meu pessoal durante todo esse processo. Acredito que só pelo aprendizado que eu adquiri já valeu a pena’, pondera.

Estudos mostram que a educação profissional impacta positivamente a vida de diversos jovens no Brasil. Em 2017, cerca de 80% dos estudantes que concluíram cursos técnicos no ano passado foram inseridos no mercado de trabalho já no primeiro ano. De acordo com levantamento do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o curso técnico é o caminho mais rápido para a inserção qualificada do jovem no mundo do trabalho e também uma opção para o trabalhador desempregado em busca de recolocação no mercado. O salário de um profissional técnico varia entre R$ 8,5 mil e R$ 12 mil.

Para o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi, o país tem potencial em educação profissional. “O Brasil tem sido representado pelo SENAI e pelo Senac, que tem as ocupações mais da área do comércio e serviços, e o Brasil fica sempre entre os primeiros colocados”, afirma.

 

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