AGÊNCIA ENTREVISTA: Presidente da SP Prevcom fala sobre situação da Previdência no estado

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Presidente da SP Prevcom fala sobre a situação da previdência no estado

O programa Agência Entrevista recebe o presidente da Fundação de Previdência Complementar do Estado de São Paulo (SP Prevcom), Carlos Henrique Flory. O presidente fala sobre o déficit da Previdência nas contas do estado e lista quais as medidas tomadas na tentativa de conter o rombo. Carlos Henrique Flory comenta ainda sobre a proposta de idade mínima para aposentadoria. O Agência Entrevista está dividido em dois blocos. Esse é o Bloco 1.

BLOCO 1

Olá, eu sou Jalila Arabi e esse é o Agência Entrevista, produzido e editado nos estúdios da Agência do Rádio, em Brasília. O programa de hoje recebe o presidente da Fundação de Previdência Complementar do estado de São Paulo, Carlos Henrique Flory. Nós vamos falar sobre a situação da Previdência no estado e a as alternativas para aliviar os cofres públicos.

Presidente Carlos Henrique Flory, obrigada por nos atender. Para começar, como está a situação previdenciária do estado de São Paulo?

“Quando a gente fala sobre a situação da Previdência do estado, a gente tem que dividir em dois pedaços. Um, a situação do servidor antigo que estava dentro do RPPS (Regime Próprio de Previdência Social), que estão há muitos anos, muitos prestes a se aposentar. O RPPS do estado de São Paulo, como a grande maioria dos entes federativos, é deficitário. Tem a contribuição dos servidores e tem a contribuição patronal. A soma dessas contribuições não é suficiente para pagar os benefícios. No estado de São Paulo, a previsão é de que esse ano, além da patronal, o estado tenha que pôor mais R$ 17 bilhões. Há uma insuficiência de recursos para pagar a folha dos servidores.”

E o que o estado tem feito para conter esse déficit?

“O estado de São Paulo já fez alguma coisa para solucionar isso. Não dá para fazer tudo porque muita coisa depende de mudança constitucional. Por ser deficitário o RPPS, nós fizemos algumas mudanças. Primeiro, foi a criação de um órgão gestor único para RPPS, de forma que o estado pudesse controlar melhor os seus benefícios que são pagos e também não conceder benefícios irregulares, e criou a previdência complementar. Então, o servidor que entrou no estado a partir de 2011, ele não entra mais nas regras antigas de aposentadoria com salário integral. Ele entra com a garantia da aposentadoria até o teto do Regime Geral, que hoje é de R$ 5,5 mil, e, acima disso, ele tem que contribuir para a SP Prevcom se quiser ganhar acima desse teto.”

Eu estou conversando com o presidente da SP Prevcom, Carlos Henrique Flory. No próximo bloco do Agência Entrevista, vamos debater sobre a idade mínima para aposentadoria, já que a proposta da reforma da Previdência estipula 65 anos para os homens e 62 para as mulheres até 2038.

Não saia daí, já voltamos.

ÁUDIO 1: baixe a versão de rádio desta matéria 

ÁUDIO 2: baixe a versão de rádio desta matéria

BLOCO 2

O programa Agência Entrevista recebe o presidente da Fundação de Previdência Complementar do Estado de São Paulo (SP Prevcom), Carlos Henrique Flory. O presidente fala sobre o déficit da Previdência nas contas do estado e lista quais as medidas tomadas na tentativa de conter o rombo. Carlos Henrique Flory comenta ainda sobre a proposta de idade mínima para aposentadoria. O Agência Entrevista está dividido em dois blocos. Esse é o Bloco 2.

Estamos de volta com mais uma edição do Agência Entrevista. Um programa produzido e editado nos estúdios da Agência do Rádio, em Brasília. Eu sou Jalila Arabi e comigo está o presidente da Fundação de Previdência Complementar do estado de São Paulo, Carlos Henrique Flory.

Presidente, no bloco anterior, o senhor mencionou o déficit do estado e as medidas tomadas para tentar conter o rombo. Existe mais alguma coisa a ser feita para acabar com esse cenário?

“Para reverter esse quadro, não tem outra forma a não ser essa reforma da Previdência. Pensa na sua casa. Você está com seu orçamento estourado, está no cheque especial, não consegue pagar o cartão de crédito. Você tem que tomar medidas. Uma: aumentar suas receitas. E a outra é cortar despesas. No caso do nosso sistema de Previdência, quais são as principais medidas que estão sendo tomadas: aumentar a idade de aposentadoria, a idade mínima. O que significa isso? Um maior tempo de contribuição. Se não houver mudança, esses R$ 17 bi que nós conversamos vão subir para R$ 30 bi, R$ 40 bi, R$ 50 bi e vai chegar uma hora que a sociedade vai ter que decidir: nós pagamos os benefícios previdenciários ou pagamos professores na escola, policiais para segurança pública, enfim, as outras despesas do estado.”


O senhor destacou a necessidade de se fazer uma reforma na Previdência. O senhor acha que a instituição de uma idade mínima para aposentadoria é importante, já que dados do IBGE mostram que a população idosa está crescendo e a de crianças até nove anos está caindo?

“O povo em geral talvez tenha uma ideia falsa da idade mínima, porque todo mundo fala ‘aos 65 anos eu vou me aposentar quando eu vou morrer’. Só que o IBGE calcula a expectativa de sobrevida de um brasileiro aos 65 anos, quanto que ele viva ainda a mais. A expectativa de vida não é expectativa de vida ao nascer, é a expectativa de sobrevida quando ele aposenta. Em média, essa expectativa de vida está em torno de 83 anos. Esse aspecto é muito pouco ressaltado, que a expectativa de vida que ele tem pela frente no momento da aposentadoria é outra coisa.”


Bom, eu conversei com o presidente da Fundação da Previdência Complementar do estado de São Paulo, Carlos Henrique Flory. O programa Agência Entrevista fica por aqui. Muito obrigada pela audiência e até a próxima!

 

#aposentadoria

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