SAÚDE: Instituto Butantan inicia última fase de testes para vacina contra dengue

O Butantan acredita que a vacina vai ter potencial para combater todos quatro vírus da dengue. A previsão é de que a vacina fique pronta e comece a ser aplicada em 2018.

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REPÓRTER: O Ministério da Saúde e o Instituto Butantan assinaram nesta segunda-feira, em São Paulo, um contrato para dar inicio a terceira e última fase da pesquisa clínica para a elaboração da vacina contra a dengue. Ao longo dos próximos dois anos, o instituto vai receber 100 milhões de Reais do Ministério da Saúde para financiar o desenvolvimento do estudo, que vai ser feito em parceria com o National Institutes of Health, nos Estados Unidos. Ao todo, 17 mil voluntários de 13 cidades nas cinco regiões do Brasil vão participar dos estudos clínicos para a elaboração da vacina. A vacina contra a dengue do Butantan é produzida com vírus vivos, mas geneticamente enfraquecidos. Desta forma, a resposta imunológica do paciente é maior. O Butantan acredita que a vacina vai ter potencial para combater todos quatro vírus da dengue.
 
A presidente Dilma Rousseff participou da cerimônia de assinatura do contrato entre o Ministério da Saúde e o Instituto Butantan. Durante o evento, a Presidente ressaltou que os estudos feitos no país contra a dengue afirmam o papel do Brasil como tendo um laboratório capaz de produzir uma vacina importante para a humanidade.
 
SONORA: Dilma Rousseff, Presidente da República
 
“Sem sombra de dúvidas, a vacina contra os quatro sorotipos da dengue é um avanço para o Brasil. Primeiro, porque vai assegurar uma cobertura muito grande para nossa população de uma doença que atinge milhões de pessoas. E em segundo lugar, porque também afirma o papel do Brasil e aí o Instituto Butantan está de parabéns como tendo um laboratório capaz de produzir uma vacina que é hoje, sem sobra de dúvidas, seria usada por uma parte importante da humanidade.”
 
REPÓRTER: Nesta fase da pesquisa, o objetivo é comprovar a eficácia da vacina. Ao todo, 2/3 dos voluntários vão receber a vacina e 1/3 placebo, uma substância com as mesmas características da vacina, mas sem os vírus, portanto, sem efeito. A ação tem o objetivo de descobrir, a partir de exames coletados dos voluntários, se quem tomou a vacina ficou protegido e quem tomou o placebo contraiu a doença.
 
Ao todo, os investimentos para a elaboração da vacina podem chegar a 300 milhões de Reais. O governo Federal analisa o investimento de outros 100 milhões de Reais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, por meio de um contrato da Financiadora de Estudos e Projetos, Finep. Também existe a possibilidade do Banco Nacional do Desenvolvimento, o BNDES investir outros 100 milhões de Reais no projeto. A previsão mais otimista do Instituto Butantan é que a vacina fique pronta e comece a ser aplicada em 2018.
 
Para combater o vírus Zika, o Ministério da Saúde anunciou no dia 11 deste mês, o primeiro acordo internacional para desenvolvimento de vacina contra a doença. A pesquisa vai ser realizada em conjunto pelo governo brasileiro e a Universidade do Texas Medical Branch dos Estados Unidos. Para isso, vão ser disponibilizados pelo governo brasileiro 1 milhão e 900 mil Dólares nos próximos cinco anos.

 

Reportagem, João Paulo Machado

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