SAÚDE: Estudo afirma que Zika vírus têm relação direta com Síndrome Guilliam-Barré

A síndrome de Guilliam-Barré é uma doença autoimune rara que apresentou alta atípica nos últimos meses nos Estados do Nordeste

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REPÓRTER: Um estudo realizado em Pernambuco comprovou que existe uma relação entre o zika vírus e a Síndrome Guilliam-Barré, o SGB, em pacientes brasileiros. A pesquisa foi realizada pelo professor da universidade federal de Pernambuco, Carlos Brito, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz, a Fiocruz. A síndrome de Guilliam-Barré é uma doença autoimune rara que apresentou alta atípica nos últimos meses nos Estados do Nordeste. O diagnóstico gera ainda mais preocupação em torno da infecção pelo Zika Vírus, que já é suspeito de ser o principal responsável pela da epidemia de microcefalia identificada no País. 
 
De acordo com Carlos Brito, as suspeitas sobre a relação entre a infecção pelo zika e a síndrome surgiram na Polinésia, quando pesquisadores identificaram aumento do número de SGB logo depois de uma epidemia da doença. O estudo em Pernambuco, contou com a colaboração da chefe do serviço de neurologia do Hospital da Restauração, de Pernambuco Lúcia Brito. No relatório, foram identificados 127 casos suspeitos da síndrome de SGB. O aumento no número dos casos da doença foram observados principalmente a partir de maio de 2015, ultrapassando em aproximadamente 6 vezes o registrado em 2014. Na analise, foi identificada a presença do zika vírus no líquido espinal e no sangue de sete pacientes que apresentaram a Síndrome.

Em média, a síndrome Guilliam-Barré afeta uma pessoa a cada 100 mil habitantes. Em alguns casos, após o fim da infecção, o sistema imunológico do paciente pode ficar confuso, passando a identificar células do organismo como invasoras e em seguida atacá-las. A ação das células de defesa provoca um processo inflamatório e a destruição da bainha de mielina, uma espécie de capa que recobre os nervos periféricos. O resultado é o bloqueio da passagem dos estímulos nos nervos, levando à paralisia.
 
Um dos primeiros sintomas da síndrome Guilliam-Barré é a fraqueza muscular, normalmente nas pernas. O processo pode evoluir, atingindo tronco e membros superiores. O maior risco é de a paralisia afetar também músculos respiratórios. O índice de mortalidade da doença é considerado baixo. No entanto, a recuperação pode levar até 90 dias.

 

Reportagem, João Paulo Machado

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