SÃO PAULO: 952 mil meninas devem voltar aos postos de saúde para tomar segunda dose da vacina contra HPV.

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TEC: Trilha (BG).

LOC: 
A dona de casa Maria de Fátima, de 52 anos, foi diagnosticada, no início deste ano, com câncer do colo útero. Mesmo após da retirada do tumor em cirurgia, a moradora de Taubaté ainda tem medo de que a doença volte.
 
TEC: Maria de Fátima, personagem.
 
“Olha, o sentimento é assim de voltar, né? Você fica pensando: ‘ai, se volta’. Então, você não tem sossego. Sua cabeça fica com esse pensamento.”

TEC: Sobe e desce BG.
 
LOC: O drama vivido pela dona Maria de Fátima não é um caso isolado. Em todo estado de São Paulo, devem surgir, apenas neste ano, mais de mil e oitocentos casos de câncer do colo do útero. A estimativa é do Instituto Nacional do Câncer. Para diminuir esses índices preocupantes em um futuro próximo, o Ministério da Saúde introduziu no calendário nacional de vacinação, no ano passado, doses da vacina contra o vírus HPV – um dos grandes responsáveis pelo câncer do colo do útero – para atender meninas de 11 a 13 anos de idade. Este ano, a prioridade do ministério é vacinar crianças e adolescentes de 9 a 11 anos. A expectativa é de mais de 952 mil jovens dessa faixa etária recebam a segunda dose. As doses contra o HPV ficam disponíveis nos postos de saúde, mas a vacinação também acontece nas escolas. A expectativa da secretaria de saúde estadual é superar as baixas taxas de vacinação registradas na primeira etapa da mobilização contra o HPV, quando 58% das jovens da faixa etária receberam a primeira dose da vacina, segundo dados do Ministério da Saúde. Os piores índices foram registrados em 58 cidades paulistas. A taxa média deste grupo foi de apenas 38% de adolescentes vacinadas. Neste grupo, estão alguns municípios do centro do estado, como Botucatu, São Carlos, Limeira, da faixa leste paulistana, como Sorocaba, São José dos Campos e Bertioga, e da região oeste, como Presidente Venceslau, Mirandópolis e Santo Antônio do Aracanguá. Mas, na capital do estado, a parceria entre Secretaria de Saúde e Secretaria de Educação tem dado resultado positivo nos índices de vacinação. Maria Lígia Bacciotti, coordenadora de imunização da cidade de São Paulo, conta como está a distribuição da vacina na capital paulistana. Ela ressalta a importância da escola no esclarecimento das duvidas sobre o HPV.
 
TEC: Maria Lígia Bacciotti Ramos, coordenadora de imunização da cidade de São Paulo.
 
“Primeiro, a gente fez reuniões com a secretaria municipal de educação, depois fizemos com as regionais da educação fazendo um treinamento referente à importância da vacinação falando da questão dos possíveis eventos adversos, o que foi ligado à divulgação negativa que teve tentando fazer uma orientação positiva em relação à vacina, da importância da vacinação. Posteriormente a isso, quando se faz o agendamento nas escolas, além de uma carta aos pais destinada dizendo da importância da vacinação existe uma reunião com os pais agendada para orientação da vacinação.”
 
TEC: Sobe e desce BG.
 
LOC: Desde o início da campanha de vacinação em 2014, algumas informações publicadas na internet e na TV têm afastado as meninas da vacinação, segundo Maria Lígia Bacciotti Ramos. Para ela, o medo de sofrer reações à vacina se tornou um dos motivos da diminuição na procura pelas doses. A infectologista Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, explica como a dose contra o HPV funciona no organismo e ressalta que não há com o que se preocupar quanto à segurança da vacina.
 
TEC: Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.
 
“A vacina não causa eventos adversos graves. É uma vacina segura, já demonstrada de custo benefício, quer dizer, ela é capaz de evitar uma doença grave que é o câncer do colo do útero e ela não tem uma incidência maior de relatos de eventos adversos realmente relacionados a ela maior do que tantas as outras vacinas que a gente faz, de rotina, para as crianças, adolescentes e adultos no mundo inteiro.”
 
TEC: Sobe e desce BG.
 
LOC: A moradora da Zona Leste da cidade de São Paulo,Adriana Marcela, de 42 anos, foi diagnosticada com câncer do colo do útero. Operou recentemente. Adriana têm duas filhas e conta como foi complicado passar por este processo.
 
TEC: Adriana Marcela dos Santos, mãe
 
“A parte mais difícil, que foi descobrir foi no início, antes de eu ter certeza de como seria o tratamento e de qual era o estágio que estava, porque você fica com todas as incertezas. Você Sabe que é uma doença muito grave, mas você não tem certeza de como será o tratamento, quais as chances que você tem. Eu tenho duas filhas que estão uma de 19 e outra de 13 anos. Então me passou todas estas duvidas pela cabeça eu acho que essa foi a pior parte.”
 
LOC: Para que a história não se repita em casa, Adriana não perdeu tempo e levou a filha mais nova para tomar a vacina contra o HPV.  Ela lembra a importância da prevenção contra o vírus que pode, como no caso dela, evoluir para um câncer.
 
TEC: Adriana Marcela dos Santos, mãe
 
“Já eu levei, ela já tomou duas doses da vacina dentro da campanha fiz questão de levá-la eu acho importantíssimo, porque eu não tinha conhecimento do número de pessoas que tem o HPV e não sabe e que depois podem evoluir para o câncer, como no meu caso e se tornar um problema muito mais grave sendo que pode ser tratado no início com campanha preventiva tudo isso.”      
 
LOC: A vacina contra o HPV é disponibilizada gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde do SUS ou em escolas parceiras. As meninas e adolescentes com 12 e 13 anos, que ainda não tomaram a primeira ou a segunda dose, também devem procurar as unidades de saúde para atualizarem o cartão de vacinação. A criança ou a adolescente deverá tomar três doses para completar a proteção. Quem recebeu a primeira dose deve receber agora a segunda dose, administrada seis meses depois da primeira, e a terceira, cinco anos após a primeira dose. Se você é mãe, pai ou responsável por menina nesta idade, leve-a a uma Unidade de Saúde e leve junto o cartão de vacinação. A vacina é o único meio de garantir a proteção contra o HPV pelo resto da vida. Obtenha mais informações sobre a vacina contra o câncer do colo do útero e o HPV em uma unidade de saúde mais próxima de sua casa e no portal do Ministério da Saúde na Internet, www.saude.gov.br/hpv.
 
TEC: Encerra trilha (BG).

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