SANTARÉM (PA): Boatos afastam meninas entre 11 e 13 anos da vacinação contra HPV. Vacina é segura, garante especialista

Santarém precisa ainda imunizar 57% das meninas entre 11 e 13 anos, com segunda dose da vacina contra HPV, que está disponível nos postos de saúde, do município

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REPÓRTER: As notícias de que a vacina contra o HPV prejudica a saúde das adolescentes continua dificultando a imunização de meninas entre 11 e 13 anos, em Santarém. O município está com 23 por cento da meta estabelecida pelo ministério da Saúde que é de, no mínimo, 75 por cento. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, somente em 2015, cerca de mil mulheres devem descobrir o câncer no colo do útero, em todo estado do Pará. Para o diretor de Imunização de Santarém, João Alfredo Pereira, a falta de conhecimento, por parte dos pais, sobre a gravidade da doença. Ele faz um alerta para que as adolescentes não desistam do tratamento.

SONORA: João Alfredo Pereira, diretor de vacinação

"Que todo pai e toda mãe leve sua filha enquanto há tempo. 11, 12 e 13 anos porque depois, ela não vai mais poder tomar. Não perca essa oportunidade, isso é um benefício. A melhor forma de se prevenir da doença é através dos imunes-biológicos, de vacina. Quem tiver dúvida que procure ler sobre HPV. A vacina é segura. O Ministério da Saúde não ia colocar um produto como experiência no mercado, o Ministério já põe as coisas quando tem pesquisa. Essa vacina foi cara, o custo que custou para o Ministério. Então que cada pai e cada mãe não perca essa oportunidade e leve a sua filha em  um posto de vacina."
 
REPÓRTER: A vacina contra o HPV é segura, não tem contraindicação e não causa reações adversas graves. De acordo com o ginecologista, Olímpio Ferreira de Almeida, especialista do Instituto Nacional do Câncer, a falta de conhecimento sobre os males causados pelo vírus HPV dificulta a imunização nas adolescentes. Ele afirma que, a população precisa de informação clara sobre a doença e tranquiliza os pais quanto aos efeitos da vacina.
 
SONORA: Médico, Olímpio Ferreira de Almeida
 
“A vacina, ela não tem problema, não faz mal. Os efeitos que ela tem são mais de fundo emocional. Às vezes tem pacientes que só o fato de aparecer sangue, ela desmaia. Esses efeitos que saem às vezes na imprensa, que poderiam ser associados à vacina, não existem. A vacina não dá efeitos colaterais. O máximo que ela dá é dor local ou alguma vermelhidão local. E isso aí, todas as vacinas podem produzir esses efeitos.”
 
REPÓRTER: A vacina contra HPV tem eficácia comprovada para proteger mulheres que ainda não iniciaram a vida sexual e, por isso, é aplicada em meninas de 11 a 13 anos. Outra medida importante na prevenção contra o câncer do colo do útero é a realização do exame papanicolau, pelas mulheres em idade adulta. As meninas de nove e 10 anos começaram a receber a primeira dose da vacina contra o HPV. O ministério da Saúde espera vacinar cerca de cinco milhões de meninas, entre nove e 13 anos.
 
Reportagem, Rodrigo Santos

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