PARÁ: Justiça ajuda no combate à violência sexual contra crianças e adolescentes

Dados da Organização Mundial de Saúde apontam que 87% dos abusos sexuais contra crianças são praticados por membros familiares. 

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REPÓRTER: A dona de casa Julia Maria, hoje com 25 anos de idade, faz parte de um grande número de mulheres que um dia sofreram violência sexual. Julia Maria ficou grávida aos 14 anos de idade após ser abusada sexualmente pelo próprio tio.
 
SONORA: Dona de casa Julia Maria.
 
“Eu tinha 11 anos, quando eu fiz 12 anos, descobri que estava grávida de um tio de sangue. Minha mãe saia para trabalhar, meu pai trabalhava também, meus irmãos saiam para escola de tarde e os outros trabalhavam também. Então só ficava eu mesma”.
 
REPÓRTER: No dia 18 de maio de 1973, uma menina de 8 anos foi sequestrada, violentada e cruelmente assassinada no Espírito Santo. Seu corpo apareceu carbonizado seis dias depois  e os seus agressores, jovens de classe média alta, nunca foram punidos. A data ficou instituída como o “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes” a partir da aprovação da Lei Federal nº. 9.970/2000. O  “Caso Araceli”, como ficou conhecido, ocorreu há quase 40 anos, mas, infelizmente, situações absurdas como essa ainda se repetem. De acordo com a Vara de Crimes contra Crianças e Adolescentes de Belém, a maioria dos casos de abuso sexual não ocorre uma única vez, mas persiste e acontece de forma sistemática ao longo dos anos. Por essa razão, se faz necessário, sempre que houver suspeita de abuso sexual, fazer uma investigação, como explica a juíza Mônica Maciel.
 
SONORA: Juíza Mônica Maciel.
 
“O quanto antes se identificar esses sinais da violência, melhor para reverter o quadro, mas qualquer dificuldade procurar diretamente as autoridades e levar ao conhecimento pra verificar, é claro que nem toda mudança comportamental significa necessariamente que está sendo vitima de violência dentro de casa ou em alguma oura situação, mas a investigação é necessária que seja feita esse investigação.”
 
REPÓRTER:  Boa parte dos abusos sexuais  contra crianças e adolescentes ocorre dentro do ambiente familiar, ressalta a juíza Mônica Maciel.
 
SONORA: Juíza Mônica Maciel.
 
“Nós observamos que a maioria dos casos de violência contra crianças e adolescentes ocorre no ambiente intra familiar, tendo como autores as pessoas que são de confiança dessa criança, desse adolescente, e que tem o dever, tem a obrigação de estar protegendo, mas que acaba colocando essa criança, esse adolescente em situação de risco.”
 
REPÓRTER:  Dados da Organização Mundial de Saúde apontam que 87% dos abusos sexuais contra crianças são praticados por membros familiares e uma em cada seis crianças sofre abuso. 
 
Reportagem, Storni Jr.

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