REPÓRTER: A Polícia Federal (PF) indiciou oito pessoas e as empresas Vale, Samarco e VogBR no inquérito que investiga o incidente ambiental na barragem da mineradora Samarco, na cidade de Mariana. O caso ocorreu há sete meses. O rompimento da barragem de Fundão, na região central de Minas Gerais, contaminou o Rio Doce e a área costeira do Espírito Santo.
De acordo com o delegado de Polícia Federal Roger Moura, que é chefe da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico de Minas Gerais, o inquérito aponta uma série de causas que levaram ao rompimento da barragem e, consequentemente, da responsabilidade dos envolvidos.
SONORA: Roger Moura, delegado de PF e chefe da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico de Minas Gerais
“No inquérito, chegou-se à conclusão de que houve várias falhas da barragem de Fundão. Isso tudo foi apurado ontem [9/6] e terminou o inquérito com a apuração dessas diversas irregularidades. E se concluiu pelas responsabilidades, pelo crime ambiental de forma dolosa de quem assume o risco”.
REPÓRTER: Não houve o pedido de prisão preventiva para nenhum dos suspeitos, porque a Polícia Federal entende que eles colaboraram com a investigação e não apresentam riscos de fugir, como explica o delegado Roger Moura.
SONORA: Roger Moura, delegado de PF e chefe da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico de Minas Gerais
“Ontem (9) mesmo já foi encaminhado ao Ministério Público Federal, que deve denunciar essas pessoas à Justiça e começar o processo criminal. Vão responder pelos crimes”.
REPÓRTER: A barragem de Fundão se rompeu no dia 5 de novembro de 2015. O distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, foi devastado pela lama. Além disso, o desastre afetou Águas Claras, Ponte do Gama, Paracatu e Pedras, além das cidades de Barra Longa e Rio Doce. Os rejeitos também atingiram mais de 40 cidades na região Leste mineira e no Espírito Santo. Dezenove pessoas morreram em consequência do desastre ambiental.
Reportagem, Bruna Goularte