REPÓRTER: Apenas 39 por cento das meninas de 11 a 13 anos do Mato Grosso tomaram a segunda dose da vacina contra o HPV, vírus causador do câncer de colo de útero. O número representa mais de trinta e duas mil jovens e ainda está longe da meta do estado que é vacinar 75 por cento do público-alvo. Para garantir a eficácia da vacina, as adolescentes vão ter que tomar as três doses. O intervalo da primeira para a segunda dose é de seis meses e, entre a segunda e a terceira, cinco anos. A vacinação das adolescentes antes do início da vida sexual tem melhor resposta na proteção e ajuda a quebrar a cadeia de transmissão já que aproximadamente 95 por cento dos casos da doença são transmitidos por esse meio. Por isso, a ação vai ter impacto na redução de lesões em ambos os sexos. A dona de casa, Sandra Maria, levou a filha para ser vacinada e para ela à vacina vai proteger o futuro da família.
SONORA: Sandra Maria - Dona de casa
“A gente está em um mundo de tantas doenças, de tanta sensibilidade aos vírus, né? E a nossa geração ela é uma geração mais fraca, então dá uma sensação de dever cumprido. Estou cuidando da minha filha e acredito que isso possa ajudar ela muito no futuro. E esta é a sensação boa, de saber que eu posso ter certeza de que ela está protegida, que meu neto vai estar protegido e até os meus bisnetos, né?”.
REPÓRTER: O HPV é um dos principais causadores do câncer de colo de útero. De acordo com estudos da Organização Mundial da Saúde, duzentas e 70 mil mulheres, no mundo, morrem devido à doença. Neste ano, o Instituto Nacional do Câncer estima o surgimento de 15 mil novos casos no Brasil – 390 apenas no estado mato-grossense. A coordenadora do programa estadual de Imunização do Mato Grosso, Marize da Silva, ressalta que a oportunidade de tomar a vacina não deve ser desperdiçada.
SONORA: coordenadora do programa estadual de Imunização do Mato Grosso – Marize da Silva
“Os pais desses adolescentes, eles precisam aproveitar essa oportunidade de uma vacina que é oferecida no serviço público e que vai garantir a proteção de suas filhas para o resto da vida se elas tomarem as duas doses e a terceira daí a cinco anos”.
REPÓRTER: O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, reforça aos pais e meninas de 11 a 13 anos que não há motivos para terem receio, já que a vacina é segura.
SONORA: secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde – Jarbas Barbosa
“Vale lembrar que essa vacina já é usada em mais de 100 países do mundo. Essa vacina tem mais de 50 milhões de doses aplicadas na Europa, nos Estados Unidos. É recomendada, essa vacina, porque é uma vacina eficaz para prevenir o câncer do colo do útero e é uma vacina segura. Nós não tivemos nenhuma reação grave associada a essa vacina no Brasil, como não houve em nenhum lugar do mundo. Há reações adversas, como em qualquer produto injetável, reações alérgicas, reações locais. Isso é infinitamente menor que os grandes benefícios que essa vacina pode produzir”.
REPÓRTER: Completar as doses da vacina contra o HPV é essencial para evitar no futuro o câncer do colo do útero. Segundo dados do Ministério da Saúde, a doença mata 14 mulheres por dia no Brasil. Meninas de 11 a 13 anos devem procurar o posto de saúde mais próximo para se vacinar. E é totalmente de graça.
Reportagem, Rodrigo Nunes