LAVA JATO: STJ pede esclarecimentos do ministro da Justiça por suposta troca de investigadores

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REPÓRTER: O ministro da Justiça, Eugênio Aragão, tem prazo de até a próxima segunda-feira para prestar informações ao Superior Tribunal de Justiça sobre as declarações de que poderá trocar os policiais e delegados de Polícia Federal responsáveis por vazamentos de informações da operação Lava Jato. No último sábado, Eugênio Aragão disse em entrevista a Folha de S. Paulo que diante de “qualquer cheiro de vazamento de informações” sobre os investigados da operação Lava Jato, vai mudar a equipe de investigação e que não precisaria de provas da suposta má conduta dos policiais para a troca. A declaração do ministro da Justiça foi repudiada pelos delegados da PF. O presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, Doutor Carlos Eduardo Sobral, afirmou que se o ministro insistir em trocar os investigadores da operação ou o diretor Geral da PF, Leandro Daiello, sem provas de má conduta, a decisão pode ser questionada na Justiça.
 
 SONORA: presidente da ADPF, Doutor Carlos Eduardo Sobral
 
“Nós podemos entrar com Mandato de Segurança preventivo, podemos entrar com ações em caso de afastamento ilegal. Nós estamos analisando nosso jurídico para já preparar as medidas cabíveis para evitar que arbitrariedade e abusos comprometam as nossas investigações.”   
 
REPÓRTER: O pedido para Eugênio Aragão explicar as possíveis interferências nas investigações da Polícia Federal é da ministra Assusete Magalhães, do STJ, em resposta a uma ação do PPS. O partido entrou com Mandato de Segurança no tribunal para evitar afastamentos sumários de policiais e delegados da PF que trabalham no combate à corrupção. Nesta terça-feira, o relator do Projeto da Emenda Constitucional que prevê a autonomia administrativa e financeira da PF, deputado Federal, João Campos, do PSDB de Goiás, disse que a PEC 412 está pronta para ser votada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. Para ele, a aprovação do projeto é fundamental para evitar que decisões políticas atrapalhem as investigações da polícia.
 
SONORA: deputado Federal, João Campos, PSDB-GO
 
“O quê se pretende com a PEC 412? É impedir que o governo, como vem ocorrendo, é que, na medida em que a Polícia Federal, como polícia judiciária, tenha autonomia para realizar a investigação, e aí o governo não pode interferir, o governo não encontre caminhos oblíquos para inviabilizar a investigação, não garantindo recursos orçamentários, financeiros.”     
 
REPÓRTER: O ministério da Justiça ainda não comentou o pedido de esclarecimentos do STJ ao ministro, Eugênio Aragão. Saiba mais em adpf.org.br.
 
Reportagem, Cristiano Carlos 

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