LAVA JATO: Senado mantêm Delcídio na cadeia. Nove senadores do PT votaram pela libertação

Dos 12 senadores envolvidos na Lava Jato, quatro votaram pela manutenção da prisão e quatro pediram a libertação 

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REPÓRTER: O plenário do Senado decidiu manter na prisão o senador Delcídio do Amaral, do PT do Mato Grosso do Sul e líder do governo Dilma Rousseff na Casa. Delcídio foi preso nesta quarta-feira, pela Polícia Federal acusado de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. Segundo as investigações, o senador teria oferecido fuga e dinheiro ao ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, para que ele não citasse o petista em delação premiada. Delcídio está envolvido em irregularidades na compra da refinaria de Pasedena, pela Petrobras, nos Estados Unidos. A prisão de Delcídio do Amaral foi a primeira de um senador em pleno exercício do mandato na história da República e foi pedida pela Procuradoria Geral da República e pelo plenário do STF. Mas, a permanência do petista na cadeia dependia de aprovação do plenário do Senado, como prevê a Constituição. Na noite desta quarta-feira, após horas de intenso debate, os senadores decidiram que a votação pela permanência ou não de Delcídio na prisão seria aberta e logo em seguida proclamaram o resultado. 59 senadores votaram pela permanência de Delcídio na cadeia. 13 votaram para a libertação, entre eles, nove do PT. Dos 12 senadores que estão envolvidos na Operação Lava Jato, quatro votaram pela libertação de Delcídio: Fernando Collor do PTB de Alagoas, Gleisi Hoffmann do PT do Paraná, Humberto Costa do PT de Pernambuco e Lindberg Faria do PT do Rio de Janeiro. Gladson de Lima Cameli do PP do Acre e Ciro Nogueira do PP do Piauí não participaram da sessão. O presidente do Senado, Renan Calheiros do PMDB de Alagoas, não votou por estar presidindo a sessão e Edison Lobão do PMDB do Maranhão, se absteve na votação. O líder do PT no Senado, Humberto Costa, reconhece a gravidade das acusações que caíram sobre Delcídio do Amaral, mesmo sendo instruído pela presidente Dilma em levar a bancada do partido a defender a libertação do senador preso.
 
SONORA: senador Humberto Costa, PT - PE
 
“Temos absoluta convicção de que os fatos são gravíssimos. E aqui não temos a defender qualquer atos que foi praticado e relatado pelo Supremo. Entendemos inclusive a posição firme que o STF tem. Mas aqui temos que discutir o papel do parlamento. É o que essa Casa deve ter por autonomia ou não.”
 
REPÓRTER: O senador Aloysio Nunes, do PSDB de São Paulo, defendeu a permanência de Delcídio na cadeia. Para ele, o líder do governo petista abusou do mandato de senador e extrapolou o direito da imunidade parlamentar.
 
SONORA: senador Aloysio Nunes, PSDB - SP
 
“A imunidade parlamentar não é patrimônio pessoa de cada um de nós. Ela protege o exercício do mandato, dentro dos parâmetros definidos pela Constituição, pela moralidade, pelo sentimento democrático do País. Ela não confere ao seu titular o direito de abusar do seu mandato parlamentar. E aí há evidências de abuso do mandato Parlamentar.”
 
REPÓRTER: A prisão do senador Delcídio do Amaral é preventiva e não tem data para acabar. Com a ausência do senador, os quatro vice-líderes do governo no Senado, Hélio José do PSD do Distrito Federal, Paulo Rocha do PT do Pará, Wellington Fagundes do PR do Mato Grosso e Telmário Mota do PDT de Roraima, vão responder pela liderança do governo na Casa.

 

Com informações da Rádio Senado, reportagem, Cristiano Carlos 

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